Amélia
Os pesadelos voltaram com toda força, não havia uma só noite que ela conseguia dormir sem eles. Amélia sentiu as mãos de Ícaro emoldurando seu rosto, a voz dele era macia e chamava seu nome com o mesmo tom calmo que usou das outras vezes.
- Está tudo bem, é só outro pesadelo.
Abriu os olhos encontrando o rosto dele sobre o seu, a luz fraca do quarto criava um perfil misterioso em seu noivo. Amélia levou os braços em torno dele, precisava abraçar e sentir que ele era real, e que nada daqueles terrores importavam.
- Isso não pode continuar. – ele disse, abrigando seu corpo trêmulo e suado. – Você voltou pra casa a duas semanas e não descansou nada. Amanhã vou pedir uma avaliação completa, esse estresse do trauma está acabando com você.
- Eu não quero voltar para o hospital. – disse, desenhando nas costas dele, acompanhando o contorno de seus músculos, a cicatriz profunda, como a ferida de uma bala. – Quero ficar com você.
- Uma equipe virá te ver aqui.
Ícaro ficou superprotetor