Ponto de vista de Kyle
O uísque queima um caminho pela minha garganta. Copo após copo. A garrafa está quase vazia agora, mas a raiva ainda queima mais quente que o álcool.
Divórcio.
A palavra ecoa na minha mente, zombando do meu controle. Como ela ousa? Depois de tudo que dei a ela — o estilo de vida, a segurança, a posição — ela ousa pedir divórcio?
Meu escritório está quieto demais. Escuro demais. As luzes da cidade se espalham abaixo da janela da minha cobertura, um mar de possibilidades que sempre controlei. Até agora.
Sirvo outro copo. Minha mão está firme, mesmo que meus pensamentos não estejam.
— É tudo um jogo para você, Mia? — as palavras têm gosto amargo no quarto vazio. — Você não disse que me amava?
A lembrança dela naquela cama de hospital surge sem ser convidada. Pálida. Quebrada. Diferente da Mia que conheço. A Mia que sempre sorria, não importa o quão frio eu fosse. A Mia que olhava para mim como se eu valesse algo mais do que minha conta bancária.
Meu telefone