Isabel Greco
Olho pra Pietro desmaiado na cama e sinto uma mistura de raiva e frustração queimando dentro de mim. Donna. Sempre ela. Maldita seja. Ele estava comigo, mas a cabeça dele... o coração, a alma... estavam com aquela vadia. Meus olhos seguem o contorno do rosto dele, o peito subindo e descendo devagar. Ele está ali, no meu quarto, no meu espaço, mas eu sei que, assim que ele acordar, a primeira coisa que ele fará será pensar nela. Ir atrás dela, mesmo que antes não fosse assim.
Não. Isso simplesmente não vai rolar.
— Não mesmo! — resmungo pra mim mesma, cruzando os braços.
Me viro de costas pra cama, bufando. Puta merda, como ele me tira do sério! Ele está ali, todo vulnerável, e mesmo assim, mesmo depois de me foder com uma intensidade que teria feito qualquer outra mulher desmaiar de exaustão, ele ainda tinha o nome dela nos lábios. O veneno sobe até a minha garganta, e eu preciso me controlar pra não jogar o abajur na cabeça dele. Mas, claro, isso seria muito fácil, né?