17. Minha maldição

Maya Stone

Os olhos dele são azuis como a chuva daquela tempestade.

A cada passo que damos, o som da água batendo nas poças parece zombar da minha lentidão.

— Pode andar mais devagar? — reclamei, sentindo a lama grudar no meu vestido.

— Se for nessa lerdeza, vamos ficar mais ensopados do que já estamos. — ele respondeu, sem sequer olhar para trás.

— É o máximo que eu consigo.

Ele soltou um suspiro pesado, visivelmente impaciente.

Eu não conseguia me transformar, não era uma loba legítima, mas algumas habilidades eu tinha — correr mais rápido, sentir cheiros apurados, ouvir longe.

Mas perto dele… tudo desaparecia.

Era como se o poder dele sugasse o meu, e eu me tornasse apenas uma garota fraca tentando acompanhá-lo.

A água escorria pelo meu rosto, e o frio cortava minha pele.

Meus dentes batiam quando dobramos à esquerda, e vi a pequena pousada de madeira que James havia mencionado, uma construção antiga, com luzes amareladas piscando nas janelas.

— Finalmente. — murmurei, ofegante
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