LIA
O beijo terminou tão abruptamente quanto começou. Assim que a razão retornou ao meu corpo, impulsionada pelo terror da porta entreaberta (que eu não sabia que Miranda havia visto), eu me separei de Alexandre com um empurrão. O toque dele ainda queimava em meus lábios, mas o medo era mais forte.
Eu estava encharcada de pânico. A toalha que me cobria era a única coisa me impedindo de desabar.
— Nunca mais faça isso. — Minha voz era um sussurro rouco e decidido. Eu ignorei o tremor nas mãos, focando na raiva dele. — O que aconteceu aqui não significa nada. Foi a tensão da sua invasão, nada mais.
Alexandre estava ofegante, o choque do beijo e da minha rejeição o desarmando. Ele ainda parecia furioso pela fuga, mas a faísca do desejo era impossível de ignorar.
— Não significa nada? Você entra e sai da minha
casa no meio da noite, coloca a segurança em risco, e ainda diz que...
Eu o interrompi, a decisão brilhando nos meus olhos. Se eu não criasse uma barreira de autoridade agora, eu e