LIA
O sol do dia seguinte parecia um holofote cruel, expondo cada falha em meu disfarce. Eu havia dormido menos de três horas. A exaustão era um peso físico, e a lembrança de ver Alexandre no Lux era um choque elétrico constante.
Eu estava na cozinha da mansão, preparando um lanche para Lorena (que, surpreendentemente, havia pedido “sanduíches de estrela”) e me esforçando para parecer a babá energizada de sempre.
Maria me olhava com preocupação enquanto eu tentava equilibrar o copo de suco e a forma de cortar pão.
— Você está muito pálida, Lia. Dormiu bem? — Maria perguntou, a voz baixa.
— Como um bebê, Maria. — Menti, forçando um sorriso que parecia mais uma careta.
A voz de Alexandre surgiu de repente, vindo do hall. Ele estava falando no celular, o tom baixo e firme, mas sua presença parecia preencher toda a casa.
— Sim, prepare tudo. Quero um relatório completo sobre os fundos de investimento do Grupo DG. Até o final do dia. — Ele desligou, e então a porta da cozinha se abriu.
Ale