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Capítulo 4 - Sinta-se À Vonatade Para Beber...

Kyra

Acordei com um leve farfalhar de lençóis e o som distante de passos na madeira dos corredores. Levei um segundo para lembrar onde estava. Julie ainda dormia ao meu lado, com os cílios repousados nas bochechas e a boquinha levemente entreaberta. A respiração dela era leve… controlada. Um alívio tomou conta de mim. Nada de crises. Nenhum sinal de desconforto, estava tudo em paz. Me mexi com cuidado, tentando sair da cama sem acordá-la — mas quando ergui os olhos, vi a silhueta parada na porta. Então congelei.

A camisa branca, os braços cruzados, o olhar cravado em mim. Inexpressivo. Frio e o bservador. Levantei num impulso contido, ajeitando o vestido amarrotado e tentando encontrar as palavras certas. Enquanto eu sentia meu peito subir e descer de ansiedade.

— Senhor Blackthorne, me desculpe. Eu... — limpei a garganta, desviando os olhos — Eu acabei ficando, ela pediu uma história e... dormiu no meio. Eu não tive a intenção de invadir a privacidade dela.

Ele ergueu uma das sobrancelhas, lentamente e me encarou sem ação.

— Você acha que invadiu?

— Sim... quero dizer, eu sei que não deveria. Não fazia parte das instruções. Me desculpe, era para ser apenas uma história, mas eu acabei dormindo com ela.

Ele entrou no quarto, parando ao lado da cama, e olhou para a filha por alguns segundos. Depois, se voltou a mim.

— Ela teve uma noite tranquila. Já fazia bastante tempo que ela não dormia tanto assim.

Não era uma pergunta. Era uma constatação.

Assenti, com cautela.

— Sem crises, sem pesadelos — ele continuou, a voz baixa como seda fria. — Isso não acontece há... meses. Você está conseguindo. Espero que não vá embora.

Engoli em seco.

— Então... não está bravo por causa disso? Eu pen...

— Você quebrou uma regra — ele interrompeu, olhando direto nos meus olhos. — Mas não vou te punir por isso. Não parece tamanha audácia.

Minha respiração prendeu no peito. Ele deu um passo a mais. Perto o suficiente para eu sentir o perfume dele. Sutil, caro, envolvente. E tão perigoso quanto sua presença.

— Você desobedeceu... com doçura. E isso é raro, senhorita Lystem. Gostei da parte que me desafiou, tem sorte que me pegou de bom humor.

Um calor estranho se espalhou pelas minhas bochechas. Como se aquilo tivesse sido romântico, sendo que jamais seria.

— Eu só quis cuidar dela, como uma criança deve ser cuidada, Blackthorne. Ela ainda é um bebê. Quer colo, carinho e historinhas para dormir. Desculpe, mas será que você entende?

— E cuidou. Melhor do que eu esperava. Melhor do que eu permiti. Mas isso é bom, quando se trata de Julie. E... eu não entendo, Kyra. Eu não sei lidar com crianças e não sei cuidar da minha própria filha.

— Nunca é tarde para aprender algo novo.

Liam deu a volta por mim como um lobo que circula a presa — sem tocar, mas invadindo o espaço de forma invisível.

— Talvez você não entenda ainda o que significa obedecer nessa casa. Nem o peso de uma exceção. Mas... — ele parou atrás de mim, tão perto que sua respiração tocou minha nuca —... você começa a aprender rápido, Kyra. Parece que já passou por tudo isso antes. E sabe o melhor? Sua disponibilidade.

Fechei os olhos por um segundo. Uma parte de mim queria recuar. Outra... queria saber até onde aquilo ia. Ele se afastou então, com a mesma calma com que havia se aproximado.

— A partir de hoje, você cuida dela até às oito da noite. Ou até depois que ela dormir. Depois disso, é comigo.

— Com... você? — Mesmo sem querer, deixei um riso escapar.

Ele se virou para a porta, sem olhar para trás.

— Você me entendeu perfeitamente.

— Eu não sou uma puta, Blackthorne. Não aceitei trabalhar aqui para aceitar seus caprichos. Não pense que você sabe sobre meu passado, porque nem eu mesma sei. Não queira usar nada contra mim. Porque estará perdendo seu tempo.

Levantei e bati meu corpo contra seu peito. O cheio de uísque misturado ao perfume dele, me deixou sem ação e eu respirei fundo, sentando novamente.

Liam

Ela respondia com lágrimas nos olhos, como se aquilo a incomodasse. Mas, se incomoda é porque tem motivos e um passado que eu vou descobrir o mais rápido possível.

Ela não entendia que despertou a porta do meu desejo desde que cruzou aquela porta. Ela tenta ser sexy, mas falha miseravelmente. Enquanto Julie, está se sentindo bem assim...

— E eu não acho a senhorita uma puta. Exijo que me perdoe se entendeu desta forma. — Ela não me encarava, não mais.

— Eu posso beber alguma coisa da sua mansão? Além de água e chá? — Sorri, mas uma risada sem graça, assim como ela estava.

Eu deveria beber mais, assim teria coragem para fazer algo mais com ela.

Me odeio por lembrar de Eva ao vê-la. Seus olhos negros e cabelos castanhos são as únicas coisas que diferenciam, mas o rosto... parecem gêmeas. Que merda. Ela poderia parecer com qualquer pessoa, manos com a mulher que eu mais amei na minha vida.

— Pode ficar a vontade depois que minha filha dormir, Kyra. Pode beber, usar a piscina ou a jacuzzi. Sinta-se a vontade, sempre quando quiser.

— Agradeço, mas me conformo com um copo de uísque.

— Como quiser. — Liberei o espaço para ela passar e a deixei ir...

Antes de subir para o meu quarto, olhei através da janela e ali estava ela. No jardim, agarrada a um sobretudo, com um copo de uísque em mãos, como se aquilo fosse possível esquentar sua pele.

Antes de deitar, olhei meus e-mails por uma última vez e lá estava a maldita mensagem:

"Olá, Liam. Não vamos prolongar o assunto. Eu e o avô de Julie, já demos entrada no processo pela guarda da nossa neta. Se abaixar a guarda será melhor. Você sabe disso. Você não tem tempo para a menina e vive nessa bolha depressiva que chama de vida e trabalho. Aceite e tudo será melhor para ela.

Zinna"

A maldita avó da Julie não cansa. Talvez eu deva mostrar a ela que não se mexe com filhas que tem pais por ela.

Abrir o e-mail e lhe respondi, com a mais pura educação que ela mereceria:

"Zinna, espero do fundo do meu coração que você e seu esposo vão se foder. E quer saber? Eu cansei de tentar ser gentil com vocês. Caso volte a falar sobre esse assunto, eu prometo acabar com a vida de vocês dois. Assim como estão desejando em silêncio. E por uma última vez eu vou repetir: Julie jamais irá com vocês, porque o que vocês fizeram com a vida da mãe dela, é pecado para serem pagos além de suas mortes. Seus desgraçados. Filhos da puta. Fiquem longe da minha filha, ou eu mesmo vou acabar com essa merda que vocês chama de vida.

Liam Blackthorne"

Todos carregam algum tipo de dor que corrói a gente por dentro. Mas, quando olho para Kyra, o mundo parece anular tudo que aconteceu. O rosto dela sempre me lembra o caos e ao mesmo tempo, eu vejo a cura diante meus olhos. Eu devo estar ficando louco, ou obcecado demais. Talvez seja apenas o afeito da bebida, que passará mais rápido do que eu espero.

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