Isabella Cavalieri vive para a perfeição. Bailarina impecável, sua vida é disciplina, controle e dedicação absoluta. Antoni Armand é o oposto — um CEO brilhante, mas caótico, guiado pelo prazer e pelo improviso. Quando um erro dele cruza seus caminhos, a colisão é inevitável. Ela vê nele o desastre. Ele enxerga nela rigidez demais para viver de verdade. Mas entre o choque e a tensão, algo novo surge. O que acontece quando ordem e caos se enfrentam? E, pior, quando começam a se atrair?
Leer másIsabela Cavalieri
Ser bailarina é muito mais do que deslizar graciosamente pelo palco sob os holofotes. Para quem vê de fora, tudo parece mágico: os figurinos deslumbrantes, os passos fluidos, a música que nos envolve. Mas poucos imaginam o que há por trás desse espetáculo. São anos de dedicação inabalável, ensaios exaustivos, dores que se tornam companheiras constantes. Os pés marcados pelas sapatilhas apertadas, as pernas latejando após horas de treino, os coques sempre presos com firmeza e a meia-calça sufocante mesmo nos dias mais quentes. Cada movimento precisa ser executado com perfeição, cada detalhe faz a diferença. E ainda assim, mesmo nos momentos mais difíceis, há algo que me mantém firme: o amor pela dança. Esse amor é meu impulso, meu combustível, minha essência. Lembro-me do instante exato em que tudo começou. Eu tinha apenas quatro anos quando passei pela primeira vez em frente a um estúdio de balé. Meus olhos brilharam ao ver aquelas meninas se movendo como se não tocassem o chão. Naquele momento, algo dentro de mim despertou. Minha mãe, que um dia sonhou em ser bailarina, viu a oportunidade de viver seu sonho através de mim. Sem hesitar, me inscreveu nas aulas e, desde o primeiro dia, me ensinou uma lição que ecoa até hoje: a perfeição não era uma escolha, era o único caminho. Assim, minha infância foi moldada por ensaios intermináveis, apresentações emocionantes e competições intensas. Aos 17 anos, dei meus primeiros passos como professora, compartilhando tudo o que aprendi com outras meninas que, assim como eu um dia, olhavam para a dança com fascínio e esperança. Às vezes me pergunto se consigo lembrar de um tempo em que não estivesse envolvida nesse universo. Hoje, aos 19 anos, sou professora das turmas infantis de balé. Vejo minhas pequenas alunas, de quatro ou cinco anos, dando seus primeiros passos nesse mundo encantador. Algumas chegam com o brilho nos olhos que um dia também tive, apaixonadas pela dança. Outras, porém, estão ali apenas porque suas mães insistiram, sem entender ainda o que tudo aquilo significa. E eu me compadeço dessas últimas. Sei o peso que é seguir um caminho sem paixão, sem aquele desejo ardente que faz com que todo o esforço valha a pena. A dança nunca deveria ser uma obrigação. Ela é arte, expressão, liberdade. E é esse sentimento que busco despertar nelas: a certeza de que, quando se dança com o coração, todo o resto se torna leve. — Isso, meninas! Concentrem-se no movimento! Sintam a leveza, a suavidade… A dança precisa fluir como o vento. — digo, observando atentamente cada uma enquanto tentam executar suas piruetas. No meio das pequenas figuras rodopiando pelo estúdio, Kira me olha com uma expressão de dúvida, os olhinhos brilhando de expectativa. — Tia Isa, eu estou fazendo certo? Me aproximo, sorrindo para tranquilizá-la. — Está indo muito bem! Mas lembre-se: a técnica é importante, sim, mas sua dança precisa ter a sua alma. Se não colocar um toque especial seu, vira apenas mais uma bailarina robô. Toco levemente o nariz dela, arrancando uma risada divertida. O sorriso de Kira se alarga, e, como mágica, suas piruetas ganham mais confiança. Sei que são apenas os primeiros passos, mas vejo algo precioso ali. A técnica pode ser aprendida, mas a verdadeira beleza da dança vem do coração. Dou mais alguns passos pelo estúdio, observando as meninas se esforçarem. Algumas giram com leveza, outras ainda tropeçam um pouco, mas todas tentam. E isso já é lindo. — Foquem em um ponto fixo, meninas! Assim evitam ficar tontas! — oriento, minha voz carregada de paciência e carinho. A dança é feita de movimentos, sim, mas também de pequenos momentos. E ver cada uma delas descobrindo sua própria magia me faz ter certeza: esse é o meu lugar. As meninas correm até mim assim que a aula termina, seus pequenos braços me envolvendo em um abraço apertado. Sinto a energia vibrante delas, a alegria genuína que transborda naquele instante. Esses momentos me preenchem de um jeito inexplicável. Tento retribuir todo esse amor da melhor forma possível, porque sei que, para muitas, a dança é mais do que apenas um hobby—é um refúgio, um sonho em construção. Elas são pequenas, mas suas almas já entendem a beleza do balé. Talvez seja isso que me faz continuar. Suspiro, sentindo o cansaço pesar sobre meus ombros. Ainda tenho que ajudar algumas meninas com treinos extras para a apresentação que se aproxima e, depois, preciso fazer meu próprio treino. Mais uma segunda-feira comum. A rotina é exaustiva, mas a felicidade que sinto ao ensinar compensa tudo. Não consigo imaginar minha vida sem o balé, sem essa disciplina, sem os movimentos que moldam minha existência. Às vezes, me pergunto se seria capaz de viver sem ele, mas a verdade é que não sei. O balé não é apenas algo que escolhi fazer. Ele é minha vida. Chego em casa exausta, mal sentindo minhas pernas. Vou direto para o banho. A água quente alivia um pouco a tensão nos músculos, mas a dor é uma velha conhecida—presente em cada parte do meu corpo, sempre ali para me lembrar do esforço diário. Depois, visto um pijama confortável e desço para a cozinha, atraída pelo cheiro da comida recém-preparada. O aroma familiar me traz uma sensação de aconchego. Mamãe está organizando a mesa, os movimentos precisos e disciplinados, como sempre. Ela é nutricionista e, em nossa casa, a alimentação saudável é regra. Cresci cercada por pratos balanceados, por orientações sobre o que comer e o que evitar. Sei que ela faz isso por amor, para cuidar de mim, mas às vezes a pressão é difícil de ignorar. — Filha, como foi no balé hoje? — ela pergunta com um sorriso gentil. — Foi ótimo. Amo o balé e adoro dar aulas. — respondo, servindo-me de legumes no vapor e frango grelhado. Desde que entrei no balé, minha mãe sempre fez questão de garantir que minha alimentação estivesse alinhada com a rotina intensa de treinos. Sou grata por isso, mas ao mesmo tempo, há sempre essa constante cobrança, essa necessidade de manter o corpo perfeito para a dança. — Não está esquecendo dos seus ensaios, né? — ela diz, observando atentamente meu prato. — Se quiser continuar sendo perfeita, precisa estar em constante treinamento. Sinto um aperto no peito quando ela desvia o olhar para as batatas que coloquei no canto do prato. — E cuidado com as batatas, viu? Quanto mais pesada você estiver, mais difícil será ser graciosa. A leveza é essencial. Suspiro enquanto como, tentando afastar os pensamentos que insistem em me envolver. Sei que minha mãe quer o melhor para mim, mas às vezes parece que sua visão do meu futuro está tão enraizada que não há espaço para minhas próprias vontades. Eu amo o que faço, realmente amo. A emoção de estar no palco, a batida da música sincronizada com cada movimento, o calor dos holofotes, os aplausos do público. Amo ensinar, ver minhas pequenas alunas descobrindo a dança com olhos brilhantes. Mas, ultimamente, algo dentro de mim tem sussurrado dúvidas. Será que isso é tudo o que eu quero? Será que meu destino é realmente seguir uma carreira como bailarina profissional? Ou será que, no fundo, desejo algo mais simples, mais leve? Só que essa possibilidade parece distante, quase impossível. Minha mãe nunca me deixaria desistir. Para ela, sou a materialização do sonho que ela nunca viveu. E eu? Eu nunca teria coragem de decepcioná-la. — Eu sei, mãe, estou focada. Vou me dedicar ainda mais. — respondo, forçando um sorriso, tentando esconder qualquer vestígio de hesitação. Ela sorri satisfeita, e eu finjo que está tudo bem. Porque sei que, para ela, nada é mais importante que minha perfeição. Cada passo precisa ser exato, cada movimento impecável. Mas me pergunto: um dia serei mais do que isso para ela? Um dia ela verá que, além da técnica, o que eu mais quero é ser feliz? Talvez de uma forma diferente da que ela sonhou para mim?Antoni Armand Depois de dirigir o que parecia horas, mas na verdade foram minutos eu entrei com a Bella em minha casa, subimos pro quarto. Não falamos nada, acho que não era o momento, eu coloquei a banheira pra encher, coloquei alguns sais relaxantes, enquanto enchia fui até a Bella, tirando sua roupa com calma, depois tirei a minha, quando já estava cheia, entramos juntos, fiquei atrás dela e ela ficou encostada com as costas em meu peito. Ela solta um suspiro longo, mas um suspiro de alívio. — tá tudo bem? — eu só to aliviada por não ter entrado naquele avião, por que aqui é meu lar Armand, você é meu lar, e eu não seria feliz em nenhum outro lugar — que bom que Analice abriu meus olhos, desde que você saiu daqui de manhã me deixando aquela mensagem eu só consegui sentir que faltava algo em mim, e com você aqui eu sei que vai ficar tudo bem. — mas eu preciso te dizer, minha mãe ameaçou acabar com sua imagem, ameaçou dizer que você abusou de mim, que é agressor, qu
Antoni Armand Hoje era segunda, eu não conseguia me concentrar em nada, nenhum documento, não conseguia fazer um projeto por mais simples que fosse. Eu podia sentir o cheiro da Bella na minha pela, lembrar de cada feição que ela fazia enquanto estávamos na cama. Na minha cabeça era uma sucessão de momentos em que eu passei do seu lado, das risadas que ela dava, da sua voz doce. Tudo isso estava sendo uma maldita tortura, mas eu não podia simplesmente dizer "não vai por que eu estou apaixonado", é o sonho dela, eu não quero ser o cara egoista que faz ela abrir mão do que quer por mim, mesmo que ser compreensivo esteja me matando. As portas duplas da minha sala se abrem de uma vez, era como se eu tivesse tendo um dejavu dessa cena, mas em vez da minha bailarina, quem entra como um furacão é minha irmã. — me diz que você não deixou a Bella ir pro outro lado do mundo ? – ela pergunta espalmando as duas mãos na minha mesa — Rússia é muito longe – choraminga — Analice eu não
Isabella Cavalieri Sentamos nas espreguiçadeiras, de frente à piscina, a lua estava bonita, a noite não estava fria, Armand serviu nossas taças, e pela primeira vez o silêncio entre nós foi constrangedor. — Obrigada por esses dois meses Antoni, eu realmente consegui me sentir como uma garota de 19 anos, me diverti, fiz o que tive vontade, fiz amigos, você me deu a experiência completa – digo quebrando o silêncio. Ele suspira — na verdade te dei mais que isso Bella mia, eu fui o Antoni que só minha família tinha, compreensivo, carinhoso, cuidadoso, eu confiei em você, te trouxe pra dentro do verdadeiro eu. — como assim ? — hoje por exemplo, depois da nossa transa, nós tomamos banho juntos, estamos aqui conversando, com qualquer outra mulher acabaria o ato, eu iria embora, nenhuma outra mulher veio a minha casa, ou dormiu na minha cama. Sorrio — obrigado por ter sido você, ter sido sincero comigo, e sinceramente acho que deveria mostrar mais esse Antoni pro mundo, a imag
Isabella Cavalieri Alerta de capítulo com conteúdos sexuais 🔞 Chegamos na casa do Armand, ele me chamou pra ver um filme deitados na cama, e eu aceitei, mas a minha intensão não era assistir, eu queria uma despedida digna pra nós dois, e por mais que eu negue eu venho pensando nisso a muito tempo, então tomo coragem e toco no assunto assim que chegamos ao seu quarto. — Armand, hoje é nosso último dia juntos, posso pedir algo ? — claro, o que posso fazer por você Bella mia ? — quero que transe comigo – digo morrendo de vergonha Ele se aproxima com um sorrisinho de lado — você tem certeza disso Bella? — eu tenho, se é pra ser com alguém que eu confio, que seja com você, nós tornamos bons amigos nesses dois meses, você me ajudou muito, então quero que seja com você, — se é isso que quer, quem sou eu pra negar, e confesso que já queria isso a um bom tempo, mas você sabe que nunca te desrespeitaria – diz sério olhando nos meus olhos — eu sei, e é por isso que conf
Isabella Cavalieri Semanas depois ... Hoje era sábado, ele já amanheceu com um clima de despedida, hoje eu recebi a resposta da escola de Balé e adivinha, eu fui aceita, minha cara era de enterro enquanto minha mãe pulava e comemorava pela casa. Eu viajaria na segunda feira, o voo todo bancando pela escola, estava já marcado pra 12:00 e a passagem já estava no meu e-mail. Talvez essa não fosse uma opção tão ruim, ia agregar muito no meu currículo, eu ia estar 100% livre da minha mãe e de certa forma longe o suficiente pra esquecer o Armand, o que eu mais temia aconteceu, eu me apaixonei loucamente por aquele homem, e apesar de toda a forma que ele me trata não o imagino sentindo o mesmo, já que a opinião dele sobre relacionamento não mudou, eu peguei ele conversando com sua secretária, e nessa conversa ele deixava bem claro que nunca quis um relacionamento e que nós aconteceu, pra ela que não sabe do Jogo deve estar achando fofo, mas isso me fez perceber que não vamos pass
Isabella Cavalieri Dias depois ... Hoje era sábado de manhã, minha mãe tinha saído, a vida dela ultimamente é assim, sair curtir com as amigas, e me olhar com cara de cu, mas pra mim tudo bem, só dela não estar mais me humilhando e me obrigando a fazer as coisas já me deixa aliviada. A campainha toca, eu vou abrir dando de cara com o Armand na porta, lindo de bermuda, camiseta, sapatênis, óculos escuro, juro que minha vontade era pula no pescoço dele mas me controlo, pelo menos até saber o que ele faz aqui tão cedo. — oi, tá meio cedo não acha – brinco Ele sorri de lado — senti saudades, queria te levar a um lugar hoje, agora na verdade, se puder já arruma a mochila pra ir lá pra casa, minha irmã tem um jantar hoje à noite, vamos ficar de babá — na verdade minhas coisas já estão prontas – dou de ombros, eu sempre passo o fim de semana lá mesmo — essa roupa tá legal pra ir ? – estou com uma calça jeans clara, camiseta branca, e tênis — está ótima Bella mia, misterios
Último capítulo