ZAYA
Maldito Efraim.
Passou a porra da empresa pro Ravi, como se eu fosse nada. Como se todos esses anos ao lado dele pudessem ser apagados com uma assinatura de merda.
Eu não vou aceitar.
Não vou viver como pobre.
Não nasci pra lavar banheiro nem pra comer comida requentada.
Depois da humilhação que passei na casa do meu filho — aquele ingrato arrogante —, marquei um encontro com a Estela num restaurante discreto. Ela era burra, mas ainda podia me servir.
Pedi um café preto e esperei dez minutos até que ela apareceu, esbaforida, com a cara ainda marcada pelo corte.
ESTELA:
— Desculpa, Zaya, o trânsito tava um caos…
Levantei os olhos pra ela com desprezo. O talho no rosto era nítido.
ZAYA (seca):
— E esse corte? Não tem vergonha de aparecer assim? Confrontei o Ravi por sua causa. E sabe o que eu ganhei? Nada. Ele negou tudo, me humilhou, e ainda cortou cada centavo que me dava. Você mentiu pra mim, Estela?
ESTELA (nervosa):
— Eu juro, Zaya. Quem me sequestrou disse que foi a mando del