Capítulo 5
Celina entra no quarto, Rafael está dormindo sob efeito de remédios. Sua vontade é de ir até a delegacia e procurar no sistema os prováveis inimigos do delegado, mas não será impulsiva. Também existe a possibilidade, caso saia de perto dele, da mesma pessoa vir terminar o serviço enquanto ele dorme. Ficará no hospital aguardando ele acordar e ser liberado, enquanto isso, fará as análises do que coletou no sistema da delegacia mais cedo. Fica ereta em frente a cama observando, ele dorme tão serenamente que em segundos se vê observando cada detalhe do rosto dele guardado na memória. — Senhorita — chama a enfermeira segurando a maçaneta com a porta entreaberta. — Sim. — Preciso que me acompanhe para assinar as papeladas do hospital. Celina olha para ele e depois que não quer deixá-lo um minuto sozinho. — Será rápido. — Claro — diz indo até a cabeceira, tira um dos brincos e o coloca na mão de Rafael. É a única garantia de que estará bem ao sair, todas as funções de seus corpo e ondas sonoras serão enviadas para ela em tempo real, qualquer anomalia nós sinais sonoros voltará rapidamente. Com um leve sorriso vai até a enfermeira. — Entendo que a senhorita não queira ficar longe do seu parceiro, levará apenas cinco minutos. Celina não sabe se foi impressão sua, mas acha que a moça disse a palavra, parceiro, como se eles fossem um casal. Ainda com um sorriso nos lábios o alarga ao pensar no que a enfermeira disse. Seria impossível qualquer tipo de envolvimento com um ser humano, é uma Cyborg. São poucos os que aceitariam, e, sinceramente, não iria querer, afinal, não tem em seu banco de dados nada referente ao amor. Não saberia nem por onde começar. Na recepção, assina tudo o que pedem, seus sensores continuam em alerta a qualquer eventualidade no quarto do parceiro. Antes de voltar para o quarto, conversa com o médico que explica todo o procedimento até a recuperação. — Ele deve manter repouso, tivemos que fazer um lavagem estomacal. Enviamos uma amostra do líquido para o laboratório, estamos aguardando o resultado da composição para ser identificado o tóxico utilizado. — Está bem, doutor. Eu vou... — se cala ao sentir fortes ondas sonoras em seu cérebro. A intensidade das ondas sonoras do brinco estão cada vez mais intensas, isso quer dizer que quem estiver no quarto, está se aproximando rapidamente. Celina vira o corpo rapidamente e corre tão rápido que as folhas das revistas se espalham pelo ambiente da sala de espera. — O que foi? — perguntou uma mulher olhando assustada para os lados com os cabelos emaranhados pelo vento. — Acho que foi o Flash, mamãe — diz um garoto com um tom de diversão na voz. Celina entra no quarto, seus olhos varrem o ambiente em milésimos de segundos antes de pegar um homem pelo colarinho e o jogar pela janela do quarto no corredor. Com um grito estridente, o homem passa pela janela quebrando o vidro em milhares de pedaços. Ela vira o corpo e sai pela porta com uma carranca no rosto, Deus olhos mudaram a cor, está azul florescente. — Quem é você? — diz olhando o homem nos olhos analisando o rosto em seu sistema de dados, não encontra ele na lista de procurados. — Você está preso! Celina se aproxima, o homem se levanta rapidamente e se posiciona para atacar. Ele desfere um golpe, fica com os olhos arregalados quando percebe que Celina segura sua mão sem fazer esforço. — O que é você? — pergunta com tom de medo na voz. Com os olhos cerrados pela raiva, Celina aperta a mão dele quase quebrando os ossos. — Responda minha pergunta — diz num tom sério apertando um pouco mais a mão fazendo o homem se ajoelhar a seus pés gritando de dor. As pessoas que passavam olham a cena, a maioria fica temerosa. Ele abre a boca para responder, mas a dor é intensa e só consegue gritar. Ela solta a mão e o pega pelo colarinho levantando-o acima de sua cabeça. — Fui pago para eliminar o delegado — diz com a voz estrangulada. — Quem é o mandante? — Eu não sei — diz com a voz trêmula. — Resposta errada — diz segurando o braço dele com a outra mão, forçando o osso devagar até ele abrir a boca. — Está bem! Está bem! Eu falo! Não quebre o meu braço! Ele faz uma leve pausa antes de dizer, mas antes espera que lhe solte o braço. — Fui pago por um colega da gangue da cidade vizinha, mas ele abriu a boca dizendo quem foi, é um boca aberta A pessoa que envenenou o delegado, trabalha na delegacia. O chefe de polícia, Nataniel. Celina busca o nome no sistema, encontrando-o, faz um relatório enviando por e-mail para seu superior. Abaixa o homem, vira-o colocando as algemas. Vai até a recepção, avisa que está com um imprevisto, que sairá por pouco tempo. Arrastando o homem por onde passa vai até a garagem. Literalmente o j**a dentro do carro e sai cantando pneu sentindo a delegacia. Pelo horário Nataniel está iniciando seu turno, enquanto voa pelas ruas de Las Vegas, busca os dados das últimas filmagens de seus dronese as revisa antes de chegar. Celina entra na delegacia, ao avistar um policial empurra o homem algemado dizendo para prende-lo. — Vou precisar de um relatório — diz vendo-a seguir em frente. — Estará em seu e-mail em dez segundos — responde indo até a sala de reuniões no andar superior. Celina entra na sala, olha para todos até reconhecer Nataniel. Ela o observa, o rosto dele ficou pálido e o coração acelerado. — Nataniel Jones, você está preso por tentativa de assassinato ao oficial da justiça — diz indo até ele com a algema na mão. — Espere! Do que está falando? — tenta se afastar, mas Celina o segura empurrando seu corpo até o rosto bater na mesa, fazendo todos terem um sobressalto pela brutalidade dela. — Ahh! — Está preso — diz colocando as algemas — Tem o direito de permanecer calado. Tudo o que disser, deve e será usado contra você. — EU QUERO MEU ADVOGADO! — diz Nataniel, histérico tentando se soltar, em vão. — Você vai se arrepender! Vou acabar com você, sua lata velha! Um dos participantes da reunião tenta conversar com Celina. — O que está fazendo? Pare com isso! Como pode ir contra seu chefe? — Tenho provas — diz ligando seu sistema a tela de projeção. — Veja pela gravação, o exato momento que o acusado colocou pílulas na garrafa de café e após o consumo do delegado ele tirou a jarra indo derramar o conteúdo na pia da copa. Todos os olhos da sala desvia da tela para Nataniel que para de se mexer por sido pego. — Como conseguiu essa gravação? — perguntou Nataniel com ódio. — Deixei alguns mini drones espalhados pela delegacia ao chegar. Vamos até a sela, ficará preso na delegacia até seu advogado chegar, depois será transferido. — Espere! Não fui julgado. — Será uma prisão cautelar, em flagrante. Celina prende Nataniel numa prisão temporária dentro da delegacia. Envia o relatório e as filmagens para seus superiores e volta para o hospital.