Estava claro que a família estava dividida. Otto estava ali, vendo tudo acontecer, a mente borbulhando, preocupado com como tudo aquilo afetaria Zoe. Todos discutiam, trocando ofensas inimagináveis. O clima era tenso, um misto de tristeza e raiva.
— Você ache a porra que quiser! — gritou Grace.
Fez-se silêncio. Ela olhou para Otto e depois para Heitor, que estava visivelmente constrangido e só tentava acalmar a situação. Pegou a bolsa, e o som dos saltos batendo com força no chão precedeu o estrondo seco da porta se fechando. Heitor olhou para todos, deu dois tapinhas nas costas de Otto e saiu em seguida.
Otto encarava os pais, tomado por tristeza e vergonha. Patrícia, ainda com raiva, respirava fundo.
— Eu não quero te ver na lama, Otto. Eu sou sua mãe. Não quero te ver pelos cantos, esperando a volta de quem não quer ficar.
— E se fosse eu? — disse ele, em voz baixa. — E se fosse eu quem tivesse sumido, mãe? Você iria desistir? Acreditar numa investigação porca?
— Você não iria aban