Capítulo 3

Depois do jantar fomos ao salão de festas.

Como de costume os cavalheiros tiravam damas para dançar, sinceramente eu não tinha nem um pouco de vontade de estar ali, mas alguém me estendeu uma das mãos, era o Andrews, seria falta de educação negar o pedido de uma dança, então cedi.

- Querida, agradeço por ter aceitado o meu convite. (Andrews)

- Não há de quê.

- Eu sei que ainda está chateada comigo, mas você precisa entender uma coisa, as vezes as pessoas se casam simplesmente por negócio, ainda mais pessoas como nós. (Andrews)

- Sei muito bem aonde você quer chegar, mas não irei me casar com alguém como você, que se aproveita da sensibilidade de uma mulher, usando seu charme para seduzí- la e palavras bonitas para conseguir ganhar seu coração, porém tudo não passa de ilusão.

- Querida Anne, sinto em lhe dizer mas, vossa majestade precisa de um rei, e é muito jovem e imatura para manter um reino, irão pedir regência. (Andrews)

- O que isso quer dizer?

- Quer dizer que colocarão outro em seu lugar. Agora vossa majestade pode evitar isso se casando com alguém. Mesmo que não haja amor. Querida se me escolher, ficará livre para fazer o que quiser. (Andrews)

- Me dê um tempo para digerir todas essas informações.

- Todo tempo do mundo. Disse com um sorriso sarcástico.

Não havia pensado nisso. Ao fim da valsa fez uma reverência beijando minha mão. Andrews parecia saber desse meu medo, medo de perder Reino.

Atordoada em meus pensamentos sai imediatamente para confirmar essa informação que Andrews havia me falado, na pressa acabei esbarrando no príncipe Philip Wilkinson que segurava uma taça de vinho, a taça saltou de sua mão e o vinho foi parar no paletó do primeiro ministro da Europa.

"Que desastre"

- Nunca vi uma rainha tão desajeitada como vossa majestade. Disse o ministro tentando se secar com um guardanapo.

- Me desculpe, sou um desastre mesmo.

E sai correndo. Philip veio atrás de mim.

Me debrucei na sacada do salão principal, chorava muito.

- Querida não chore.

Enxuguei às lágrimas. E o encarei.

- Não sei como meus pais faziam isso, nunca serei a metade do que eles foram. Que droga de Rainha eu sou.

- Não pense assim de você, não está nem no terceiro dia de reinado e já está se julgando?

- Sinto que meus pais se foram muito prematuramente, e eu não estou preparada pra isso.

- Se você se mostrar assim na frente dos outros eles irão se aproveitar da sua fraqueza, tenho certeza que várias vezes seus pais sentiram medo, porém não permitiram que o medo os dominasse. Ninguém amadurece do noite para o dia, é uma questão de tempo, de errar, de acertar, é como o vinho...

Ri, quando ele falou de vinho me lembrando do paletó do primeiro ministro.

- Desculpe, pode continuar.

Ele abriu um sorriso e prosseguiu.

- Com o tempo ele se torna melhor. Ouça apenas o que te faz crescer, o que te diminui lance fora. Essa gente só pensa em si, não se misture com eles.

- Obrigada Philip, estou me sentindo bem agora.

- Estarei a sua disposição majestade.

- Por favor não me chame de majestade.

- Como desejar Anne.

Se despediu me dando um beijo nas mãos, fazendo uma reverência.

Decidi não voltar a festa, fui até meu quarto, pedi para Angeline me preparar o banho. Enquanto me sentei ao piano. Uma das minhas canções favoritas "Clair de lune" que foi a última canção que aprendi junto com a minha mãe.

- Senhora está pronto.

- Obrigada Ange.

- A senhorita Ruth, mandou lhe dizer que amanhã a senhora terá algumas visitas para fazer. As tarefas começam as oito da manhã.

- Obrigada.

Ela fez uma reverência e saiu.

[...]

De manhã acordei as sete tomei o café da manhã e me aprontei para maratona que teria de enfrentar de Reino em Reino.

- Majestade, a carruagem lhe aguarda.

- Obrigada Ruth, como estou?

- Está ótima madame.

- Então vamos.

Desde o terremoto fui impedida de sair das permanências do Palácio, eu era livre, mas muitas vezes me senti presa, queria saber como era a vida fora dos portões, dos muros altos do palácio. E finalmente esse dia chegou.

Entrei na carruagem, fizemos uma longa viajem até chegar em Edmonton.

Os guardas formaram um corredor para que eu passasse pelo meio deles em segurança.

" A Rainha de Kalgoorlie Senhorita Anne Madssey "

Edmonton era um reino aliado ao nosso, um povo muito acolhedor, a Rainha era uma das melhores amigas da minha mãe.

Quando a vi, corri em sua direção e lhe dei um abraço forte.

- Querida, como você está? Disse a Rainha Katherine.

- Majestade me sinto perdida. A vida inteira fui preparada para esse momento, mas não imaginava que seria tão cedo.

- Você precisa de um marido, para que este lhe auxilie. Não tem ninguém em vista?

- Majestade a gente não poderia falar sobre outra coisa? Como por exemplo a economia?

- Você nunca se interessou por economia.

Rimos

- Mas garanto que é mais interessante do que minha vida amorosa.

- Querida quero que saiba que sempre poderá contar com o nosso Reino, Edmonton está aberto para o que você precisar. (Katherine)

- Obrigada madame.

Conversamos sobre tudo, a tarde com a rainha me trouxe uma visão diferente das coisas.

Ela era muito experiente, sabia como liderar, seu reinado foi o mais próspero dos últimos tempos, tirei muito proveito da nossa conversa.

- Querida volte mais vezes.

- Assim que puder estarei de volta.

Os guardas novamente formaram um corredor para que eu pudesse passar. Acenei para a Rainha.

No caminho de volta para o palácio adormeci. Acordei com Ruth me chamando.

- Madame chegamos.

- Obrigada Ruth.

Estar em casa era reconfortante, subi até meu quarto. Angeline ainda estava lá, costurando.

- Para quê esse vestido?

- Quem me pediu foi o seu conselheiro madame. (Angeline)

- Conselheiro?

- Sim o senhor Carther. (Angeline)

- O quê? Mas eu não escolhi nenhum conselheiro.

- Bom, ele veio aqui procurou pela senhora. (Angeline)

- O que você disse?

- Disse que a senhora foi cumprir a sua agenda. Ele deixou uma carta está em cima da sua escrivaninha. (Angeline)

- Ele disse o porquê do vestido?

- Não senhora. (Angeline)

Mesmo com a presença de Angeline decidi abrir aquela carta, me sentei a beira da cama e comecei.

" Vossa majestade Anne Madssey, é com grande consideração que vos escrevo, o motivo, ser o seu conselheiro. Como Duque e pela vasta experiência creio que a senhora ainda não teve tempo para encontrar alguém a altura.

Por isso me coloco a disposição para ocupar esse cargo. Como sabe trabalhei junto da sua família conheço muito bem o Reino. Rainha tenho certeza da sua aprovação.

De sr. Carther Duque de Murchison

Amassei a carta com toda minha raiva.

- Anne o que foi? (Angeline)

- Mais uma do senhor Carther. Parece que ele não dará descanso enquanto não consiga o que quer.

- A senhora tem razão, se me permite, vou me retirar. (Angeline)

- Claro, tenha uma boa noite.

[...]

De manhã ao acordar, olhei mais uma vez para o vestido que Angeline teria feito para mim, me perguntando qual seria a intenção do senhor Carther, decidi tomar meu café no quarto.

Enquanto tomava o café e conferia a minha agenda para a semana alguém bateu na porta, Angeline estava ocupada então eu mesma atendi.

- Majestade. Disse o general Peter fazendo uma reverência.

- Pois não? Em que posso ser útil?

- Vim avisar a vossa majestade que estamos saindo para a guerra.

- Gerra?

- Sim.

- Eu irei também.

- A senhora não pode ir.

- Quem é a Rainha aqui?

- Me desculpe.

- Eu tenho um pouco de noção, cheguei a treinar no exército feminino. Prepare minha farda partiremos juntos.

- Sim senhora.

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