Aurora Dunkel
As lágrimas não paravam de escorrer pelos meus olhos. O nariz entupido me deixava em pânico, porque mal conseguia respirar debaixo daquele saco preto que cobria minha cabeça, apagando qualquer vestígio de luz. Na boca, uma fita grossa me silenciava. As mãos estavam amarradas atrás das costas, os pulsos presos tão forte que pareciam rasgar minha pele. Meu peito subia e descia em ritmo frenético, eu estava dominada pelo medo.
Tudo tinha acontecido rápido demais. Ainda tentava processar a cena de Camilo — meu noivo, o homem que jurava me amar — enroscado com a própria irmã, Amanda, contra uma árvore, quando aquelas pessoas surgiram do nada e me arrastaram à força. Nem sequer tive chance de gritar. Eu sabia que os eventos no castelo eram perigosos, mesmo os mais exclusivos. Por isso a segurança era sempre redobrada, por isso nos alertavam a não circular sozinhos nos arredores durante a noite. Mas, teimosa, eu sempre insistia. E agora estava pagando o preço.
O barulho de