Eva Volaine
Um silêncio tenso se instalou entre nós, no meio de um cruzar de olhares que davam a sensação de que o tempo tinha parado. Me levantei de cima de Eros, cobrindo minhas partes íntimas com uma mão enquanto procurava meu jeans para me vestir às pressas. Eros também abotoou a calça antes de se erguer do chão.
Federik ainda estava ali, parado, nos observando em silêncio.
O peso da culpa me esmagava. Aquilo era responsabilidade minha. Eu que tinha me enfiado naquele enredo familiar desastroso.
“Federik…” murmurei.
Ele pareceu despertar do transe e, sem dizer nada, deu meia-volta e saiu rapidamente dali.
Tentei correr atrás dele, mas Eros segurou meu braço, me detendo. O encarei aflita, com a respiração descompassada. Seus olhos azuis profundos, com aquele toque acinzentado, me observavam com intensidade.
“Que importa? Deixa ele.” disse Eros, frio.
“Importa, sim!” rebati, a voz trêmula “Ele pensava que eu era a noiva dele.”
Tudo estava errado. E agora, ele tinha descoberto da pio