Mundo ficciónIniciar sesiónO sol ainda não havia surgido completamente quando Erin abriu os olhos.
Por um momento, ela não reconheceu onde estava. Lençóis macios, um colchão absurdamente confortável, um aroma amadeirado e masculino preenchendo o ar. Então, a memória da noite passada a atingiu como um raio. Lucian. Ela virou a cabeça devagar e viu o homem dormindo ao seu lado. Mesmo adormecido, ele exalava poder. O lençol cobria parte de seu corpo, mas ela podia ver os músculos definidos, os traços fortes, a pele quente contra a luz fraca do amanhecer. Seu coração acelerou. O que diabos ela tinha feito? Uma onda de pânico tomou conta dela. Ela nunca tinha feito algo assim. Passara a vida toda se protegendo, construindo barreiras para que ninguém se aproximasse. E agora… havia se entregado a um estranho. Um estranho que, claramente, era rico. Seus olhos percorreram o quarto luxuoso. O lustre no teto, os móveis de design sofisticado, a vista imponente da cidade. Ele não era um lobo comum. Não era um cliente qualquer do bar. E, se era rico e poderoso, o que ele realmente queria? "Provavelmente só queria um sexo rápido," pensou amargamente. "E ao amanhecer, me dispensaria como se eu não fosse nada." A ideia de esperar por isso era insuportável. Silenciosamente, Erin deslizou para fora da cama. Pegou suas roupas espalhadas pelo chão e as vestiu o mais rápido possível, sem nem olhar para trás. Cada célula do seu corpo gritava para que fugisse antes que ele acordasse. Ela abriu a porta do quarto e saiu apressada. O hotel estava silencioso, quase vazio naquele horário. Erin não se deu ao trabalho de esperar pelo elevador; desceu as escadas correndo, sentindo o coração disparado no peito. Quando finalmente saiu pela porta principal, o ar frio da manhã a envolveu. Ela cruzou a rua sem pensar, os pensamentos confusos demais para perceber o carro se aproximando. O som do motor veio tarde demais. Frenagem brusca. O impacto contra seu corpo. O mundo girou antes que a escuridão a envolvesse. A motorista saiu do carro em pânico. — Meu Deus! — murmurou, correndo até a jovem caída no asfalto. Erin respirava. Seu rosto estava pálido, os cabelos emaranhados sobre a pele. Algumas escoriações nos braços e pernas, mas nada grave. Ela parecia apenas… desacordada. A mulher se abaixou, os olhos examinando cada detalhe da garota. E então, sua respiração falhou. Era impossível. Ela era a cópia exata de sua irmã mais velha. O choque a paralisou por um segundo. Mas não havia tempo para perguntas. Não ali. Olhou ao redor. A rua ainda estava vazia, o dia apenas começando. Sem pensar duas vezes, abriu a porta do carro e cuidadosamente colocou Erin no banco traseiro. Com o coração disparado, entrou no veículo e acelerou, saindo dali antes que alguém pudesse ver. Ela precisava de respostas. E algo lhe dizia que essa garota as traria. --- Lucian se virou na cama, ainda meio sonolento. A mão procurou o corpo quente ao seu lado. O vazio o despertou completamente. Ele abriu os olhos e encontrou a cama vazia. O cheiro de Erin ainda impregnava os lençóis, mas ela… se foi. Uma onda de raiva e frustração cresceu dentro dele. Ela fugiu. E isso não deveria ser possível. Lucian era um rei. O alfa dos alfas. Ele nunca era deixado para trás. Seu humor escureceu instantaneamente. Pegou o celular e discou um número. — Encontrem-me na sala de estar em dez minutos. Ele não precisou dizer mais nada. Do outro lado da linha, dois homens despertaram instantaneamente. --- Na suíte ao lado, Rylan, o beta de Lucian, saiu da cama como se tivesse sido atingido por um choque. Sua companheira, Alina, resmungou sonolenta. — O que houve? — O rei está de mau humor. — Ele já estava vestindo a calça. Ela suspirou, sentindo o cheiro da tensão no ar. — Tome cuidado. Ele lhe deu um beijo rápido antes de sair. Em outro quarto, Caden, o gama, já estava de pé. Sua companheira, Livia, arqueou uma sobrancelha. — Isso é sério? Ele vestiu a camisa, os olhos sombrios. — Se o rei nos chama a essa hora, é porque algo aconteceu. Livia nada disse. Apenas assistiu enquanto ele deixava o quarto apressado. Os dois lobos atravessaram os corredores do hotel, sentindo a aura carregada do alfa antes mesmo de chegarem à sala de estar. Quando entraram, Lucian já os esperava. Os olhos dourados estavam sombrios, um brilho predatório emanando dele. — Ela fugiu. — Sua voz era fria como gelo. Os dois lobos se entreolharam. Rylan quebrou o silêncio primeiro. — Erin? Lucian rosnou. — Quero que a encontrem. Agora. Caden hesitou. — Você acha que ela fugiu por medo? Lucian passou uma mão pelos cabelos, frustrado. — Não importa o motivo. Quero essa garota de volta. Os dois assentiram. O rei nunca exigia algo sem razão. E se ele queria Erin, então encontrá-la se tornava prioridade máxima.






