O cheiro de terra úmida e desinfetante queimava minhas narinas enquanto descia os degraus de pedra. Luca caminhava à minha frente, sua silhueta ampla bloqueando a luz fraca das tochas elétricas embutidas nas paredes medievais.
— *Você não precisa estar aqui* — ele disse pela terceira vez, sua voz ecoando no corredor estreito.
— *Sim, preciso* — respondi, ajustando o coldre sob o cardigã. Eleonora insistira que eu carregasse uma arma depois do ataque.
A cela era mais luxuosa que eu esperara – uma suíte quase elegante com parede de vidro à prova de balas. Vittorio estava sentado em uma poltrona de couro, seu ombro enfaixado, um copo de whisky na mão não ferida.
— *Minha nora* — ele cumprimentou, levantando o copo. — *Venha me julgar?*
Luca bateu na porta de aço. Dois guardas entraram com cadeiras.
— *O Conselho está vindo* — Luca começou, sentando-se frente ao pai. — *Quantos dias temos?*
Vittorio sorriu, mostrando dentes manchados de tabaco. — *Você acha que eu vou simple