À noite, depois que as crianças jantaram, eu chamei a Cristal no meu quarto para conversarmos.
   — Existe outra possibilidade, meu amor. Amanhã você vai fazer um novo teste de paternidade— eu falei com todo cuidado.
       Os olhinhos da Cristal brilharam.
  — Sério? E quem é? Como ele é?
      Eu fiquei sem jeito.
  — Nem sei como te dizer, é alguém tão próximo da família que causou constrangimento ao seu pai. Você vai com o Théo amanhã.
       Cristal se balançou inquieta.
  — Eu até imagino que seja algum amigo do meu pai, assim como o doutor Maximiliano, ou mesmo do meu avô.
      Eu baixei a cabeça, envergonhada.
  — Perfeitamente, meu amor.
  — Quem é, eu conheço?— ela quis saber.
       Eu assenti.
  — Quem?
  — O meu pai.
       Houve um silêncio. Cristal ficou pensativa.
  — Eu me lembro deles sempre conversando, o tempo todo, eu não conseguia entender o que eles falavam, eu era muito inocente!
       Eu levantei a cabeça e sacudi a poeira.
  — Não podemos nos