O corredor parecia mais longo do que de costume enquanto Elena caminhava em direção ao escritório de Dominic. Cada passo ecoava dentro dela como se estivesse avançando rumo a algo inevitável — algo que ela não sabia nomear, mas sentia aproximar-se como uma sombra insistente.
Ao chegar diante da porta, respirou fundo duas vezes antes de bater.
— Entre — a voz dele veio imediata, firme, quase como se estivesse esperando exatamente aquele som.
Elena empurrou a porta devagar. Dominic estava de costas, encarando a enorme janela que dava vista para o jardim. As mãos apoiadas no parapeito deixavam os músculos dos braços marcados pela tensão.
Ele não se virou imediatamente.
— Sente-se — disse apenas.
Elena obedeceu, sentindo o ar pesado no ambiente. O escritório era silencioso, amplo, e ainda assim parecia pequeno demais para os dois.
Dominic virou-se lentamente, e quando seus olhos finalmente encontraram os dela, Elena sentiu o chão tremer sob seus pés — emocionalmente, não fisicamente.
— Eu