A manhã ainda pairava com uma delicadeza rara sobre a mansão Velardi, como se o tempo houvesse desacelerado de propósito para que tudo respirasse com calma, com intenção. A luz do sol entrava em filetes dourados pelas janelas imensas, atravessando a cortina branca de linho como um véu translúcido, banhando o chão de mármore em uma tonalidade morna e confortável. Do lado de fora, os jardins começavam a florescer em sua plenitude, exalando aromas que se misturavam ao café recém-passado e ao leve perfume de lavanda que Marta espalhara pelos corredores mais cedo.
A casa estava em silêncio, mas não era um silêncio frio. Era um silêncio vivo, expectante. Um silêncio que sussurrava que algo especial estava prestes a acontecer.
Na sala