Lorenzo Vellardi
O cheiro de café fresco me atingiu antes mesmo de alcançar a escada. Era um aroma familiar, acolhedor… e, ainda assim, naquele dia em especial, parecia carregado de algo mais. Como se o ar da casa tivesse absorvido a tensão da madrugada e agora exalasse desejo mal resolvido, raiva contida… e vergonha.
Desci os degraus devagar, o corpo coberto pelo usual: camisa branca impecável, calça escura e o relógio de couro no pulso. A gravata, dessa vez, ficou esquecida sobre a cama. Não que alguém fosse notar a ausência, exceto talvez ela.
Isabella.
O nome dela veio como um soco no estômago.
Os flashes da noi