Elas continuaram caminhando. Às vezes Letícia se adiantava um passo, e o vestido sussurrava pelo caminho, às vezes Aurora puxava a mãe de volta, querendo contar cada detalhe.
— Mamãe, você acha que a Isa vai acordar quando eu chegar?
— Acho que ela vai te ouvir antes de abrir os olhos. — respondeu Letícia. — E, quando abrir, vai reconhecer a luz. A sua luz.
— Eu vou levar a tiara. — decidiu Aurora. — Se a luz dela estiver fraquinha, empresto a minha. Depois ela me devolve.
— Combina com ela. — sugeriu Letícia. — As trocas, quando são feitas com amor, voltam maiores.
Pararam onde o jardim parecia começar de novo. Ali, um banco de madeira esperava sob a sombra de uma árvore antiga. Letícia sentou-se e puxou Aurora para o colo. A menina acomodou-se naquele afago que nenhuma cama do mundo iguala.
— Lembra do dia em que você plantou o feijãozinho? — retomou Letícia. — Você acordava, olhava para o algodão e perguntava: “Já cresceu? Já cresceu?”. Crescer leva tempo, minha estrela. Curar tam