O corredor da mansão parecia mais comprido do que nunca.
Isabella caminhava com passos tensos, arrastando consigo uma mala que pesava mais pelos sentimentos do que pelos pertences. Cada passo era um duelo entre o que sentia e o que sabia. O som das rodinhas da bagagem ecoava como uma sentença. Seus dedos estavam brancos de tanto apertar a alça. Ela queria acreditar que aquilo manteria o coração no lugar. Mas o coração dela já não estava ali.
Estava dormindo no andar de cima, em um quarto decorado com bichos de pelúcia e adesivos de estrelas no teto.
Mas então, como uma flecha disparada em meio à noite, a voz que Isabella mais temia ouvir rasgou o silêncio:
— Tia Isa!
O mundo parou literalmente. O corpo de Isabella travou. O coração quase explodiu dentro do peito. Quando se virou, viu Aurora correndo em sua direção, o pijama amarrotado, os cabelos desalinhados, o rostinho vermelho e os olhos... Deus, os olhos marejados, implorando por algo que Isabella já não sabia se podia prometer.
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