O ambiente do bar era aquecido, discreto e envolto por uma penumbra confortável. Uma música suave saía das caixas embutidas nas paredes, e o tilintar esporádico de copos e vozes baixas compunha o pano de fundo ideal para silêncios pesados e confissões tardias.
Lorenzo apoiava os cotovelos sobre a mesa de madeira rústica, o copo de uísque quase vazio entre os dedos. Enzo o observava em silêncio, respeitando o tempo do amigo. Aquele olhar perdido que Lorenzo mantinha fixo no vidro âmbar indicava algo mais profundo do que as palavras que haviam trocado até então. Um conflito não resolvido. Um nó na garganta que o álcool começava a afrouxar.
— Lembra daquela babá que contratei pra Aurora? — Lorenzo perguntou de repente, sem d