Mundo de ficçãoIniciar sessãoVozes na Noite
O relógio já passava das vinte e três horas quando finalmente voltei para casa. A mansão estava mergulhada num silêncio pesado, como se até as paredes tivessem compreendido a tragédia que se anunciava. O jantar permanecia intocado sobre a mesa de madeira nobre. Eu não tinha fome, apenas o gosto amargo da notícia que recebera e as imagens gravadas em minha mente — Charlotte, com as sacolas do bebê na mão, sendo abordada por aquele homem.Subi lentamente até o quarto de Edmund. O pequeno dormia tranquilo, embalado pelo ritmo compassado da respiração. Inclinei-me sobre ele e deixei escapar um sussurro:— Seu mundo nunca mais será o mesmo, filho…Fechei os olhos, tentando conter a tempestade dentro de mim. Quando saí do quarto, o telefone começou a tocar na sala ao lado. Peguei o aparelho, já prevendo a quem pertencia aquela voz aflita.Era minha irmã.— Nicolas! — a voz dela estava embargada. — Eu acabei de ver as not






