NARRADORA
O silêncio após a saída de Rafael e o retorno de Alexandre à sua sala era ensurdecedor. Sofia sentiu a repulsa do beijo de Rafael queimar em seus lábios. Ela não conseguia se concentrar. A humilhação não estava em ter sido beijada, mas em ter sido usada como um peão na guerra de egos na frente do homem que representava sua única chance de ascensão.
Minutos depois, a luz vermelha no interfone piscou.
— Fields. Minha sala. Agora — a voz de Alexandre era baixa e totalmente desprovida de emoção, o que era mais aterrorizante do que qualquer grito.
Sofia entrou na sala do CEO. O luxo não a intimidava mais; apenas o homem que estava ali. Alexandre estava de pé ao lado de sua mesa maciça de madeira escura. Ele não a convidou a sentar.
— Feche a porta — ordenou.
Sofia obedeceu, sentindo-se presa.
— O que aconteceu? — ele perguntou, o tom perigosamente neutro.
— O senhor viu. O Gerente Rafael tentou me intimidar. E ele... ele me beijou na sua frente para me humilhar e m