Capítulo 37
Akira Muniz
Abracei-a com força, como se o mundo pudesse desmoronar a qualquer instante e só ela fosse capaz de me manter inteiro. Nossos lábios se encontraram outra vez, num beijo arrebatado, urgente, como se estivéssemos tentando recuperar o tempo perdido. Ela soltou um gemido abafado contra minha boca — e aquilo foi como fogo na pele, um chamado primal que despertava tudo em mim.
Minha fera rugiu por dentro, não mais adormecida. Ela também a queria, não apenas com desejo, mas com uma fome que vinha da alma. Havia algo nela que me desarmava, que me fazia perder o controle e, ao mesmo tempo, me encontrar.
Seus dedos se enroscaram nos meus cabelos, puxando com leveza, como quem provoca e se entrega de uma só vez. Nossos corpos se aproximaram ainda mais, e o mundo ao redor desapareceu. Só existia ela. Só existia nós.
Ainda abraçando-a e beijando-a, retirei sua túnica com carinho e cuidado. Depois, suas roupas de baixo. Ela me olhou ofegante, as bochechas vermelhas, e