Capítulo 35
Fênix Souza
Depois do beijo na testa, meu coração ainda batia acelerado. Akira me olhou com aquele sorriso que sempre me desmonta e começou a separar alguns papéis e documentos que levaria para resolver os assuntos da empresa.
Enquanto ele organizava tudo, fui até o quarto e peguei minha túnica de sacerdotisa — a azul-escura com bordados dourados, a que uso em cerimônias especiais. Se eu ia sair do templo pela primeira vez, seria com dignidade e com minha essência intacta.
Preparei também uma pequena bolsa com algumas ervas, cristais e amuletos de proteção. Nunca se sabe o que pode acontecer fora daqui, e eu gosto de estar preparada espiritualmente.
Na cozinha, minha mãe preparava um pão de raízes para levarmos na viagem. Ela sempre dizia que “quem come pão da terra, não se perde no caminho”. Dalila, agora de banho tomado e com o rosto mais leve, ajudava a embalar frutas secas e folhas medicinais.
— Você vai mesmo com ele? — perguntou minha mãe, enquanto amarrava os