Capítulo 48
Fênix Souza
Chegamos ontem às cinco da tarde ao sítio. O ar estava mais denso do que o normal, como se a terra soubesse o que estava por vir. Akira estava inquieto, preocupado com a transformação que poderia acontecer à noite. Mesmo tendo tomado o elixir que preparei com ervas raras e cristais consagrados, eu sabia que aquilo não seria suficiente para quebrar a maldição hereditária que corre no sangue dele — a mesma que veio do pai e do avô.
Por precaução, pedi que todos ficassem dentro da casa principal. Se a transformação viesse, eu estaria pronta. Meus dons não são apenas para curar — são para conter, proteger e, se necessário, enfrentar.
Comecei a colar os selos sagrados nas portas e janelas, cada um desenhado à mão com tinta de carvão e óleo de mirra. Em seguida, espalhei cristais de quartzo branco, amuletos de proteção e sal grosso nos cantos da casa. O chão parecia vibrar com cada passo que eu dava. A energia se moldava ao meu toque, como se reconhecesse minha