35. SUSPEITOSA
Com essas palavras pairando no ar como um aviso velado, o agente se dirigiu para a porta. Ilán e eu trocamos um olhar cheio de perguntas sem resposta enquanto o som de seus passos se afastava pelo corredor. A verdade continuava sendo esquiva.
Em silêncio, dirigi a cadeira de rodas de Ilán até nosso quarto. Com delicadeza, ajudei-o a tirar a roupa e ir ao banheiro. Fizemos tudo como no dia em que nos casamos na pequena casa que alugamos. Ilán parecia tão exausto que optei por ir buscar o jantar na cozinha e levá-lo a ele. Ao chegar, o encontrei dormindo. Deixei-o e fechei a porta com segurança, sentindo como o medo crescia dentro de mim.
Quem estaria tão determinado a me incriminar no acidente da minha sogra? Por quê? Não conseguia imaginar Amaya por trás de uma artimanha tão mesquinha. Ela seria capaz de pôr em risco a própria vida apenas para se sair com a sua?
Naquela tarde, o carro de Amaya, com Daniel ao volante, se afastava cada vez mais da prisão onde me deixaram. Os trê