CAPÍTULO 110. VELASCO E OLIVARES.
- Como será esse novo governo, Martin?
O garçom olhou para Velasco e franziu a testa.
- Nada de novo no front. Tudo como antes, a riqueza nas mãos de poucos abastados, migalhas pra grande maioria de abestados.
- Entre os quais, você se encontra.
- E você não?
- Estou mudando de patamar, meu caro. Entrando no mundo dos ricos.
Alguém bateu nos ombros de Velasco.
- Já que está no mundo dos ricos, pague o que me deve.
O garçom deixou a garrafa de conhaque sobre a mesa e saiu, com um sorriso no rosto.
- Ora, ora. Meu amigo advogado.
- O grande e rico Velasco tomando conhaque? Já teve dias melhores, meu caro.
Velasco o cumprimentou.
- Sente-se.
- Obrigado. Vou pedir um Martini.
- Ótima escolha. Como anda a vida?
- Como disse ao garçom, melhorando. Também quero ficar rico. Estou cansado de acordar pobre todo dia. Aquela velhota não me dá um aumento há anos, desde que Salomão era vivo.
- O rei ou aquele que criou a fundação Hermann?
- Amo seu senso de humor, Velasco. Sua dívida está quitada.