Capítulo 94 — Eu não era sua sogra. Eu era sua sentença.
POV Célia Montenegro
Eu nunca confiei totalmente em Elena. Desde o início, aquele sorriso polido demais e os olhos que escondiam mais do que revelavam me diziam que havia algo errado.
Mas, como sempre, os homens da minha família só enxergavam o que lhes convinha.
Heitor, tão cego em sua arrogância, achava que tinha o controle. Mas era Elena quem se movia como cobra silenciosa ao redor dele.
E agora, com esse casamento forçado para “salvar” a imagem dos Montenegro, eu precisava garantir que nenhum detalhe maldito escapasse ao meu alcance.
Enquanto observava Elena diante do espelho, envolta em tule e seda, fingindo ser a noiva perfeita, percebi. Aquele olhar perdido não era de emoção. Era de cálculo. Ela estava medindo, analisando, planejando.
Não era amor. Nunca foi.
Quando saímos do ateliê, ela tentou disfarçar o nervosismo, o celular sempre à mão, como se esperasse uma mensagem urgente. Disfarçava mal.
Dentro do carro, enquanto o motorista nos levava de volta para a mansão,