POV Isadora Ferraz
Eu nunca pensei que escolher uma casa fosse tão difícil. Ou tão… simbólico.
O carro de Dante seguia devagar pela rua arborizada, o sol da manhã filtrando pelas folhas e jogando manchas de luz no painel. Eu estava no banco do passageiro, com uma pasta de anúncios imobiliários no colo, cada página marcada com post-its coloridos.
— E essa aqui? — perguntei, mostrando a ele uma foto de fachada branca, varanda ampla e um jardim na frente.
Ele olhou de relance, sem tirar completamente os olhos da rua.
— Muito exposta. Quero algo mais reservado.
Sorri. Dante e sua mania de proteção. Eu entendia, depois de tudo que vivemos, privacidade era um luxo que valia mais do que piscina ou número de suítes.
Estávamos juntos oficialmente havia pouco tempo, mas… de certa forma, parecia uma vida inteira. Tantas batalhas, tantos pedaços meus que eu achei que tinha perdido e ele, de algum jeito, ajudou a colar. E agora, estávamos procurando um lugar que fosse só nosso.
Não o apartamento