POV Isadora Ferraz
A sala estava silenciosa, só quebrada pelo som ritmado e forte que preenchia o ar.
Tum-tum… tum-tum… tum-tum…
Meu bebê. Nosso bebê. Aquele som era a prova viva de que ele estava ali, crescendo, mesmo depois de tudo que eu passei. O médico sorria enquanto passava o transdutor pelo gel frio na minha barriga, e Dante, ao meu lado, segurava minha mão com firmeza. Seu polegar fazia pequenos círculos sobre minha pele, como se quisesse me lembrar que estava ali, que nada poderia me atingir.
— Está saudável. — o médico disse, e a voz dele tinha um peso doce, como se guardasse a notícia mais preciosa do mundo. — Cinco meses e meio, crescendo muito bem. Querem saber o sexo?
Troquei um olhar com Dante. Ele sorriu. Eu balancei a cabeça, rindo. — Ainda não.
***
Saí da clínica com um sorriso que não cabia em mim. O som do coração do meu bebê ainda vibrava nos meus ouvidos, firme, apressado, como se dissesse: tô aqui, mamãe. Dante caminhava ao meu lado com aquele jeito protetor qu