Capítulo 63 — O mundo se abriu. Outra vez.
POV Isadora Ferraz
As lágrimas desceram quentes, sem que eu pudesse evitar.
— Dante… — minha garganta ardeu. — Esse bebê é seu.
Ele arregalou os olhos. O ar pareceu escapar do quarto por um segundo.
— O quê?
— É seu. — repeti. — Quando dormimos juntos pela primeira vez, naquela noite, no bar... já fazia mais de cinco meses que Heitor não me tocava. Nem um beijo. Nem um carinho. Nada. Eu dormia do lado de um estranho há quase meio ano. Quando eu vim pra cá... eu já estava destruída demais para fingir que ainda existia algo ali.
Dante me encarou. O que passou pelo rosto dele não foi só surpresa, foi um alívio rasgando a pele, um amor que transbordou sem pedir licença.
Ele levou a mão à boca, fechou os olhos, respirou fundo.
— É meu? — murmurou, como se ainda não acreditasse.
Assenti, chorando e rindo ao mesmo tempo.
— É seu.
Ele se levantou. Um passo. Dois. Me puxou com cuidado nos braços e me abraçou como se segurasse o universo.
— A gente vai cuidar dele. E de você. Eu prometo, Isa.