POV Isadora
O som dos flashes era ensurdecedor.
A cada clique, eu sentia o chão estremecer sob os saltos, como se o peso daquelas câmeras fosse o mesmo que o peso do mundo tentando esmagar a gente.
A fachada da Vertigem, antes sinônimo de sonho e de recomeço, agora estava cercada por repórteres, vans de televisão, microfones apontados como armas.
O nome da editora brilhava no letreiro de metal, mas o brilho parecia zombar de nós.
Dante caminhava à frente, escoltado por dois seguranças.
O terno escuro, a gravata simples, o rosto tenso.
Era o mesmo homem que, dias antes, fazia café pra mim e brincava com Sofia no chão da sala.
Mas agora, era o herdeiro que o mundo queria ver cair.
Eu vinha logo atrás, com Beatriz ao meu lado.
Os gritos e perguntas cortavam o ar como facas:
— “Dante, é verdade que a funcionária era próxima a você?”
— “Você confirma o afastamento da empresa por causa do escândalo?”
— “Isadora, você sabia de algo?”
O último me atingiu como um soco. Beatriz segurou meu bra