Capítulo 109 — “Ele não pode ter sumido assim… Ele é meu filho. Ele precisa de mim.”
POV Célia
Naquela manhã, quando os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas da mansão Montenegro, eu já estava desperta havia horas.
Sentada no sofá de couro da biblioteca, com um copo de uísque intocado à minha frente, eu olhava fixamente para o celular sobre a mesa. Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação. Nada de Heitor.
Já eram dias de silêncio absoluto.
Ele tinha ido embora de verdade. Sem olhar para trás. Sem deixar rastros.
Minha respiração, calma por fora, escondia o furacão que me consumia por dentro. Eu, Célia Montenegro, a mulher que sempre controlara cada peça desse tabuleiro maldito, havia perdido o meu rei. Pior: perdido para Elena, aquela insignificante que enfeitiçara meu filho até transformá-lo em um homem que já não reconhecia mais a própria mãe.
— Maldita… — sussurrei entre dentes, sentindo o gosto amargo da raiva.
Os investigadores iam e vinham, sempre com relatórios curtos, frios, que me deixavam ainda mais desesperada.
Heitor vendera o carro por fora, limpado a