(Ponto de Vista de Arielle)Sofia até me deu um olhar ligeiramente de apologia enquanto passava, segurando o braço de Jared.Eu deveria parecer uma tola, ali parada daquele jeito.Ashley, já puxando a manga e cerrando o punho, murmurou:— Vou perguntar a ele o que ele acha que está fazendo.— Não me puxe! — Ouvi seu protesto enquanto Roman agarrava seu braço.Margaux, suspirando, interveio:— Por que não ouvimos o que a Arielle tem a dizer primeiro?Ashley virou-se rapidamente para me encarar, com uma expressão feroz.— Ari, não se preocupe. Eu vou descobrir exatamente o que está acontecendo.Balancei a cabeça.— Não pergunte nada a ele. Não temos mais nada a ver um com o outro.O rosto de Ashley passou por várias emoções antes que ela finalmente perguntasse:— O que você quer dizer com isso?— Quero dizer que... — Fiz uma pausa, organizando meus pensamentos. — Nós brigamos há alguns dias e eu disse a ele que acabou. Não temos mais nada entre nós.O silêncio pairou no ar por um longo m
(Ponto de Vista de Arielle)Ashley se inclinou sobre a divisória entre o lado do motorista e o lado do passageiro, esticando o pescoço para que o motorista pudesse ouvi-la.— Com licença, desculpe interromper, mas precisamos voltar e levar a Margaux para casa primeiro.— Certo, senhora. — Respondeu o motorista, e imediatamente colocou o carro em marcha ré. Conforme acelerávamos, fiquei aliviada por poder cuidar de Margaux para seus avós. Tudo o que eu queria era garantir que ela chegasse em casa em segurança, e depois Ashley e eu pegaríamos um uber até a casa de sua mãe.Nos acomodamos em silêncio, com o suave ronco de Margaux, o som do motor do carro e os carros passando ocasionalmente quebrando o silêncio.Logo, o carro parou na frente da casa dos Harrisons, uma acolhedora casa vitoriana com um jardim bem cuidado. Enviamos o motorista para chamar o mordomo e ajudá-lo a levar Margaux para dentro.— Muito obrigada, pessoal. — Disse Margaux, com a voz sonolenta, enquanto o mordomo a aju
(Ponto de Vista de Arielle)Tanto Ashley quanto sua mãe me olharam ao mesmo tempo, com seus olhos arregalados de surpresa.A expressão da Sra. Thompson era de alívio, onde seu rosto se relaxou, como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Ashley, por outro lado, parecia mais confusa do que surpresa, com as sobrancelhas franzidas.— Eu prometo que vou ver o que posso fazer. — Acrescentei, tentando não dar falsas esperanças. Não queria decepcioná-las, não depois de ter concordado em ajudar.A Sra. Thompson assentiu, com seu sorriso caloroso retornando ao rosto.— Sou muito grata, obrigada, Arielle. — Agradeceu, com a sua voz carregada de emoção. Ela estava à beira das lágrimas.Antes que eu percebesse, a Sra. Thompson me puxou para um abraço. Eu retribuí, envolvendo meus braços ao redor dela e a segurando, enquanto tentava evitar os olhos questionadores de Ashley.Após nos soltarmos do abraço, declarei minha intenção de ir embora.— Acho que está na hora de eu ir. — Disse, olhando
(Ponto de Vista de Arielle)Quando cheguei ao clube quase 40 minutos depois, a subordinada de Dwayne, Claire, já me esperava na entrada. Como de costume, ela estava imponente, com uma expressão severa no rosto.— Por aqui, por favor. — Disse ela, educada, mas firme, guiando-me com segurança pelo clube lotado, navegando com destreza entre as pessoas que estavam se divertindo.Eu silenciosamente agradeci a Dwayne. Ele sempre esteve ao meu lado, até em situações como essa.Passamos pelo bar, onde o bartender preparava uma variedade de bebidas, desde as de cores vibrantes até as flamejantes, enquanto as pessoas se aglomeravam ao redor dele, saboreando copos e mais copos.À medida que continuávamos a caminhada, não pude evitar o crescente desconforto que se espalhava por mim. O clube estava mal iluminado, mas o suficiente para distinguir qualquer pessoa. Era o tipo de lugar onde qualquer coisa poderia acontecer, e minha preocupação com Ashley só aumentava.Então, inesperadamente, esbarrei e
(Ponto de Vista de Arielle)Um dos homens bêbados parecia ter reconhecido Jared. Ele sussurrou para os outros:— Será que essas vadias conhecem o Sr. Smith?O segundo homem riu com desdém, descartando a ideia:— Impossível. Devem ser umas mulheres patéticas tentando se apegar à riqueza.Suas palavras foram recheadas de condescendência, enquanto ele dava um passo à frente e tentava pegar o meu braço.Eu me afastei, com minha voz subindo em raiva:— Tira a mão de mim!Jared congelou. Ele se virou lentamente, onde seus olhos se estreitaram enquanto analisava a situação.Eu fiquei parada, desesperada para que ele interviesse, rezando para que viesse em nosso socorro.Mas recebi o maior choque da minha vida.Jared mal olhou em nossa direção. Seu olhar estava gelado e distante - como se fôssemos invisíveis.Oliver hesitou, com a dúvida evidente em seu rosto, mas foi Jared quem falou primeiro, com a voz calma e fria:— Só saímos para pegar um pouco de ar, Oliver.Ele fez um gesto para o caos
(Ponto de Vista de Arielle)Enquanto dirigíamos pela estrada, eu me inclinei mais perto da janela, onde meus olhos estavam fixos do lado de fora. Não era a paisagem que chamava minha atenção, mas a maneira como meus pensamentos se tornavam mais pesados a cada quilômetro percorrido. Então, algo captou meu olhar: QuickFix Auto.À primeira vista, parecia apenas uma oficina de reparos automotivos. Comum, sem nada de especial. Mas, à medida que eu olhava, o reconhecimento me atingiu como uma onda.Pisquei com o nome trazendo uma memória que eu não pensava há anos. De repente, tudo voltou à tona.Foi há seis anos, no início do nosso casamento, quando passei o dia inteiro vendendo bolos em um evento beneficente. A chuva começou a cair justamente quando o evento terminou, e eu fiquei presa com as crianças cujos pais ainda não tinham chegado para buscá-las. Liguei para Jared, frustrada e ensopada, contando o que havia acontecido.O que eu não sabia naquele momento era que ele tinha cancelado um
(Ponto de Vista de Arielle)Eu me apoiei na memória para tentar lembrar do camarote em que Jared havia estado mais cedo. Meu coração começou a acelerar, e eu pude sentir minhas mãos suando. Limpei-as no meu vestido, me forçando a me acalmar.Por um momento, hesitei diante da porta, pois não havia planejado exatamente o que dizer, mas sabia que estava pronta para conversar. Se fosse necessário, eu estava até preparada para pedir desculpas, para abaixar o meu orgulho pelo bem da conversa que precisávamos ter.Isso não era apenas pelo Jared. Era pelo bem do nosso filho, por mim mesma, e por todas as peças entrelaçadas do nosso passado e presente.Uma estranha sensação de excitação se misturou com a minha nervosismo.Mas antes que eu pudesse bater, a porta se abriu abruptamente, e um estranho bêbado saiu, quase esbarrando em mim.Eu estremeci, lembrando-me do meu encontro com os três homens mais cedo.Apressada, entrei rapidamente, também tentando analisar o ambiente. Mas assim que entrei,
(Ponto de Vista de Arielle)O ar estava mais frio, onde o gelo se infiltrava nos meus ossos. Dwayne envolveu os braços em torno de mim, me puxando para seu peito.— Está com frio? — Perguntou. Sua voz era suave, cheia de preocupação.Enxuguei as lágrimas, balançando a cabeça.Tudo o que eu sentia era exaustão. Minha mente havia se tornado um borrão, tão esgotada que mal conseguia formar um pensamento coerente.Dwayne me estudou cuidadosamente antes de passar os dedos pela lateral do meu rosto. Eu virei o rosto.Ele não disse nada, apenas tirou o casaco e o colocou sobre meus ombros. Em seguida, me entregou um capacete, ajudando-me a colocá-lo com cuidado.— Obrigada. — Sussurrei, me aconchegando mais perto dele na moto.Não consegui mais segurar as lágrimas. Elas vinham como chuva enquanto seguíamos, com o vento frio atingindo meu rosto, mas não conseguia parar a enxurrada de emoções. As palavras de Jared se repetiam na minha cabeça, uma e outra vez, como um disco arranhado. A imagem d