Por um longo tempo, até o relógio-telefone de Sérgio tocar novamente, Samuel só então soltou os lábios de Letícia.
Sérgio, com olhos rápidos e mãos ainda mais ágeis, desligou o telefone. Ele não queria atrapalhar o beijo entre a tia e o tio Samuel. Na verdade, ele ainda nem tinha espiado o suficiente.
Samuel abaixou a cabeça, olhando para o topo da cabeça de Sérgio, e de repente perguntou:
— Sérgio é o filho que você teve em segredo e não me contou?
Letícia engasgou com a saliva que ele acabara de transferir para ela com o beijo.
Sérgio pensou consigo mesmo: "Não pode ser, né? O tio Samuel é meu pai de verdade?"
Um adulto e uma criança, dois pares de olhos cheios de dúvida, encaravam-na ao mesmo tempo.
Samuel, com uma mão, deu tapinhas leves nas costas dela para ajudá-la a se recuperar. Enquanto isso, com a outra mão, manteve o braço firmemente ao redor da cintura de Letícia, prevenindo que ela escapasse.
Depois de finalmente conseguir engolir e respirar, Letícia o repr