Sofie Márquez
Miguel Brandão já foi um nome aclamado. Escritor premiado, presença constante nos círculos mais prestigiados da literatura, era o tipo de homem que brilhava em eventos e manchetes, enquanto sua vida íntima ruía silenciosamente sob o peso das exigências e do ego. Mas quando um acidente brutal o lança em coma por dois anos, tudo aquilo que ele conhecia: Fama, prestígio, família, desaparece como tinta em água.
Ao despertar em uma UTI, entre máquinas e vozes estranhas, Miguel se depara com um vazio que nenhum livro poderia prever.
Isadora, sua esposa, morreu em um incêndio. Sua filha, Brenda, agora com quatro anos, quase não o reconhece. E aqueles que o rodeavam nos tempos de glória: Amigos, família, parceiros, desapareceram sem deixar rastros, como se o tivessem enterrado em vida.
A única que ficou foi Clara.
Enfermeira dedicada, silenciosa, resistente, Clara não apenas o manteve vivo com cuidados e presença. Foi ela quem criou Brenda, cumprindo a promessa feita a Isadora nos instantes finais.
Tornou-se mãe sem ter parido. Guardiã de um lar que nunca foi o seu. E, sem perceber, apaixonou-se por um homem em ruínas.
Agora, Clara e Miguel caminham por um campo de escombros emocionais: Luto, culpa, amor não dito.
Miguel precisa se reconstruir, mas será capaz de aceitar um amor que nasceu da tragédia?
E Clara conseguirá viver esse sentimento sem trair a memória da mulher que tanto amava?
O que nasce quando tudo foi perdido?
É possível amar alguém que é um estranho até para si mesmo?
E se, para seguir em frente, for preciso desafiar o passado?