LaylaO beijo começou de pé, deslizou pela sala, encostou no piano, bateu no vidro da varanda com a cidade por testemunha. As mãos dele sabiam de mim como quem já amou este mapa noutras vidas, as minhas reconheciam nele o alívio de estar de volta.— Dói? — perguntei, roçando os lábios perto do ombro, mas com a ponta dos dedos no curativo.— Só o que me mantém vivo. — ele respondeu, engolindo um gemido quando meus dedos traçaram um caminho acima da atadura.— Então deixa doer de um jeito bom.E doeu. Devagar. Sem nenhuma palavra que nos envergonhasse, com todas as que nos libertavam. Quando ele segurou meus pulsos, foi leve, quando eu me soltei, foi certo. Fizemos amor devagar.Quando ele pediu meus olhos, dei. Quando eu pedi mais, ele entendeu. O corpo se curvou à música que não tocava. Eu disse o nome dele inteiro, e ele devolveu o meu como quem assina um documento irrevogável.Depois, deitamos virados um para o outro, o cabelo colado à testa, o riso fácil.— Pronto. — ele disse, pas
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