O relógio marcava quase oito da noite quando Felipe se recostou na poltrona de couro do escritório. O ar estava pesado — e o silêncio, quase insuportável. A cidade piscava lá fora, indiferente ao caos que se formava dentro dele. Nos últimos dias, o lobo permanecera inquieto, em constante agitação, rondando as fronteiras da mente de Felipe como uma fera enjaulada. Cada vez que o nome Alice surgia em pensamento, a respiração falhava. O corpo reagia. O vínculo queimava. E ele sabia que, se não fizesse algo, a dor dela continuaria ecoando dentro dele — viva, insuportável. “Preciso acabar com isso.” Felipe passou as mãos pelos cabelos, inspirando fundo. Havia apenas um caminho. Um corte preciso. O casamento. Não era amor. Era uma estratégia cruel, mas necessária. A porta se abriu e André, seu beta, entrou. Atrás dele, Nicolas, o assistente pessoal, carregava uma pasta com documentos e uma expressão hesitante. — Chamou, Alfa? — perguntou André, estudando o rosto d
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