Ele fechou os olhos e soltou um profundo suspiro, como se carregar aquela verdade todo esse tempo o tivesse desgastado mais do que ele podia suportar. — Porque fui egoísta, Ivory —respondeu com um tom que misturava dor e arrependimento. Olhei para ele, com espanto e incredulidade no meu rosto. A ideia de que Ilán confessou isso com tanta honestidade me fez silenciar. Continuei observando-o, porque sabia que havia mais em sua história. — Era..., era o justo —disse Ilán, gaguejando pelo nervosismo—. Você... você ou minha mãe colocaram tudo o que era seu em meu nome; pensei que poderíamos nos proteger mutuamente. Fiz uma promessa. Vou te proteger, Ivory. No dia do casamento eu..., eu não tinha meus cartões, nem, nem minha identidade, e... eu… — Você não pensou que eu poderia enfrentá-la com você? Não pensou que éramos uma equipe? Ilán, estávamos casados! —disse, pensando que se ele houvesse me contado, eu poderia ter me defendido com aquele dinheiro. — Não se tratava apenas de

Ilán interveio com seriedade, ciente da gravidade das acusações veladas que o agente estava fazendo. — O que você insinua, senhor? Minha esposa esteve ao meu lado todo o tempo —disse Ilán com uma voz firme e segura—. Posso garantir que ela não tem nada a ver com o que aconteceu. É melhor focarmos no que você veio fazer em minha casa a estas horas. É sobre o caso da minha mãe? Aconteceu mais alguma coisa com ela? Não sabemos nada a respeito. Você já perguntou aos seus acompanhantes? À sua assistente Dafne e ao seu sobrinho Daniel? O agente se concentrou em Ilán. Ele havia recebido a investigação do caso do seu suposto sequestro, que agora afirmava não ter acontecido. Além disso, havia sido informado de que a suspeitosa era eu, Ivory Cloe, que tinha sido vista o tempo todo na prisão na companhia de Josefina, a Chefe. Disseram-lhe que meu casamento com Ilán era falso, que não estávamos realmente casados, mas aqui estava eu, ao lado dele. E agora, Amaya havia sofrido um acidente inex

As luzes piscantes da cidade pareciam distantes, como estrelas longínquas no crepúsculo de seus maquiavélicos planos. Amaya caminhava de um lado para o outro, desesperada, tentando encontrar uma maneira de sair da situação em que se encontrava agora. Finalmente, parou em frente a um tronco jogado na beira da estrada, apanhou-o com determinação e se dirigiu a Daniel com uma voz gelada. — Faça o que estou te dizendo, Daniel. Me bata com força na cabeça, depois estampe o carro contra uma árvore e me coloque ao volante antes de chamar por ajuda. Precisamos tomar medidas drásticas para ganhar tempo. Se eu aparecer gravemente ferida no hospital, meus credores não farão nada com Ilán se realmente o tiverem, e só exigirã que ele pague. Ele fará isso, liquidará todas as minhas dívidas quando ver meu estado e me perdoará. O mesmo acontecerá com Ivory; ela não poderá agir contra a sogra doente. Enquanto isso, ganhamos tempo para planejar como fazer Josefina cometer um crime na prisão e ficar t

Ao abrir a porta, me deparei com uma mulher cuja presença irradiava confiança e propósito, contrastando com minha vulnerabilidade naquele momento. Fiquei tão surpresa ao ver uma desconhecida ali, especialmente vestindo uma camisa de dormir de Ilán que expunha minhas longas e lindas pernas, que a mulher me olhou fixamente e franziu a testa. — E você quem é...? — deixou a pergunta no ar, sua surpresa dando espaço a uma curiosidade afiada. — Sou Ivory Cloe Makis, a esposa de Ilán —respondi com firmeza—. Posso te ajudar em algo? A palavra “esposa” pareceu atingir a mulher como uma brisa gelada. Ela me olhou de cima a baixo com desprezo, notando minha nudez. — Oh, não sabia que Ilán tinha se casado —disse, recuperando rapidamente sua compostura, embora seus olhos não conseguissem esconder o brilho de decepção e desconcerto. Ela me ignorou com desdém e entrou no quarto, seu olhar deslizando até a cama onde Ilán jazia imóvel, surpreso ao vê-la. Ela percebeu a nudez dele e a cer

A surpresa se pintou em meu rosto ao ver a jovem que entrava, acompanhada de um séquito que carregava bolsas e um cabideiro abarrotado de suas próprias roupas. Meu coração acelerou diante do gesto inesperado, mais uma demonstração do amor que Ilán sentia por mim. Sem um pingo de dúvida ou vergonha pela presença das outras no quarto, corri em direção a Ilán e me lancei em seus braços. Sentei-me em suas pernas e o cobri de beijos, cada um um selo de gratidão e amor. — Obrigada, querido esposo, você deve se acostumar a esta esposa maluca sua —disse entre risos, notando como Ilán corava levemente sob meu afeto. Ilán apenas pôde assentir com um sorriso tímido, mas genuíno. E tentei controlar o grande desejo de abraçá-lo. — Mandei buscar elas nas suas lojas —admitiu com um tom de orgulho. Era algo mais do que um simples presente; era um reconhecimento do lugar que eu ocupava em sua vida. — Vista-se, precisamos ir ao hospital ver como está mamãe —continuou depois de um momento, lembr