Maurício iria provar sua prótese definitiva e estava empolgado. Já havia visto o modelo: era leve, mais flexível e resistente que a atual. Era o dia em que sua mãe iria com ele. Eles ainda se viam nesses momentos, e isso fazia bem para Maurício. Mesmo que às vezes discordasse veementemente dela, saber que queria estar ao seu lado aquecia-lhe o coração. Mas, naquele dia, a mãe que sempre chegava cedo e o apressava, ainda não havia aparecido. Isso acendeu uma preocupação. No dia da leitura do testamento, ele havia sido claro: se ela insistisse em contestar, eles romperiam. Pensou que talvez ela tivesse decidido seguir com o plano e, por isso, não iria mais acompanhá-lo. Talvez julgasse que, como a leitura já acontecera, ele não a receberia mais. Ou, ainda, que por já estar buscando a prótese definitiva, sua recuperação havia terminado — e não havia mais motivo para estar presente. A ideia o entristeceu. Eram hipóteses plausíveis. Dona Isadora não era exatamente uma mãe apoiadora,
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