O relógio marcava pouco mais de 8:00 quando Alessandro abriu os olhos. Havia dormido profundamente, como há muito não conseguia, embalado pela paz e pelo calor do corpo de Cristina ao seu lado. Virando-se, deixou escapar um sorriso ao vê-la ainda adormecida. Seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro, sua respiração suave e tranquila, mas o lençol bagunçado revelava o quanto aquela noite tinha sido intensa.Aproximou-se devagar e envolveu Cristina em seus braços, depositando um beijo demorado em seu pescoço. O toque suave fez com que ela resmungasse baixinho, ainda sonolenta, mas logo se aconchegou contra o peito dele.— Bom dia, bonequinha… — Alessandro murmurou, acariciando seus cabelos.Cristina abriu os olhos lentamente, com um sorriso preguiçoso, e virou-se para encará-lo. — Bom dia… — respondeu com a voz rouca de sono. Logo depois, riu baixinho. — Se eu acordar todos os dias assim, vou acabar ficando mal acostumada.Ele riu junto, apertando-a contra si. — Esse é exatamente

O final de tarde na casa de Cristina estava repleto de risadas. Todos comentavam e brincavam sobre o namoro recém-anunciado. Luana e Mariana não perdiam uma oportunidade de provocar a amiga, e até Matteo e Henrique, de longe, faziam piadinhas sobre a felicidade de Alessandro e Cristina.No meio da diversão, a pequena Lorena se aproximou de Cristina, com aqueles gestos ainda atrapalhados de quem está aprendendo a falar:— Ti-tia… colo! — pediu, estendendo os braços.Cristina riu, pegando a menina no colo, abraçando-a com carinho, enquanto Alessandro observava a cena com aquele sorriso de orgulho e ternura.— Você é uma excelente titia — ele comentou, beijando a cabeça de Cristina.Mas, de repente, Cristina se lembrou de algo importante.— Espera um pouco, preciso pegar algo no carro — disse, soltando Lorena suavemente.Enquanto caminhava pelo quintal, o sorriso ainda nos lábios, algo no cantinho de seus olhos chamou sua atenção. No chão, um pequeno papel dobrado — outro bilhete. O cora

Ao chegar no centro de comando, senti meus ombros pesados, embora estivesse sempre preparado para qualquer situação. Cumprimentei todos com educação, mas sem muito papo; hoje não havia espaço para distrações. Minha mente estava ocupada, dividida entre os relatórios e a segurança de Cristina.Comecei repassando as tarefas para cada equipe, detalhando horários, prioridades e pontos de vigilância. Observava cada rosto com atenção, analisando gestos e expressões, porque mesmo no que parecia rotina, a atenção aos detalhes era fundamental.Enquanto a manhã avançava, percebi que Fábio estava passando um tempo considerável em minha sala. Lembrei-me imediatamente do que ele me dissera sobre Lara: havia algo em seu comportamento que despertava suspeitas. Mas, até agora, as informações que ele conseguira levantar eram limitadas. Ele só havia conseguido dados pessoais, sem nada que realmente comprometesse Lara ou justificasse medidas mais drásticas. E, claro, ele sabia que ela já havia tido algum

A sirene interna ecoou pelo centro de comando, e imediatamente a sala se tornou um redemoinho de vozes e passos apressados. O chamado era claro: um grupo fortemente armado havia invadido um prédio comercial no centro, mantendo reféns.Em minutos, as equipes estavam equipadas, prontos para a saída. Eu, como sempre, mantinha a postura firme, delegando posições:— Alfa, cobertura norte. Zeus, preparem o perímetro externo. Quero comunicação constante a cada cinco minutos.Enquanto distribuía as ordens, notei Lara se adiantando. Sua expressão ainda carregava a marca da repreensão que havia recebido mais cedo, mas agora ela tentava se recompor. Endurecida, falou com firmeza:— Comandante, posso liderar a linha de entrada no segundo pavimento. Tenho experiência nesse tipo de situação.Houve um silêncio rápido. Alguns agentes trocaram olhares. Eu sabia que ela estava tentando provar algo, mostrar eficiência depois da bronca. Mantive o olhar fixo nela por alguns segundos antes de responder:—

Alessandro estacionou o seu carro em frente à casa de Cristina, já era tarde. O dia tinha sido longo, pesado, e parecia que cada decisão ainda ecoava dentro de sua mente. Ele desceu, ajeitou o uniforme e respirou fundo antes de bater no portão.Cristina já o esperava. Assim que o viu, abriu um sorriso doce e correu para recebê-lo.— Finalmente! — disse, abraçando-o com carinho. — Vem, já deixei tudo pronto.Alessandro correspondeu ao abraço, mas Cristina logo percebeu a tensão em seus ombros. Ele estava ali, mas seu olhar parecia distante.Ao entrar, cumprimentou Sofia e Augusto, que estavam na sala. Foi cordial, educado como sempre, mas não havia dúvida de que o cansaço e o peso do comando ainda estavam presentes. Sofia trocou um olhar rápido com Augusto, ambos percebendo que algo não estava bem.Na cozinha, a mesa já estava posta. Cristina trouxe o jantar com capricho, tentando suavizar o ambiente.— Senta, você precisa comer — disse, puxando a cadeira para ele.Ele obedeceu em silê