A semana havia trazido um certo alívio para Alessandro. Depois da suspensão de Lara, o ambiente no centro de comando estava mais leve, sem a tensão constante que pairava sobre a equipe. Pela primeira vez em dias, ele conseguia respirar fundo sem sentir o peso de uma preocupação imediata.Cristina também havia voltado à sua rotina. O trabalho fluía normalmente, a casa estava em ordem, e a presença dos pais e da irmã por perto a deixava mais tranquila. A lembrança dos bilhetes estranhos ainda rondava sua mente, mas como nada mais havia acontecido, decidiu se permitir viver com leveza.Naquela noite, os dois estavam juntos na casa de Cristina. O jantar simples preparado por ela deixava o ambiente acolhedor, e Alessandro, sentado à mesa, observava cada detalhe — o riso leve, os cabelos soltos, o jeito que ela organizava a mesa sem perceber que ele a olhava com admiração.— Você está mais bonita do que nunca — comentou, quebrando o silêncio e arrancando um sorriso tímido dela.— Ou você es

Depois de desligar a chamada com Fábio, Alessandro voltou para a sala decidido a não deixar transparecer o peso que carregava nos ombros. Cristina ainda estava sentada, agora um pouco mais calma, mas os olhos dela denunciavam o quanto havia ficado abalada.— Está tudo bem? — ele perguntou, se aproximando e tocando de leve o ombro dela.Cristina assentiu, mas foi Sofia quem respondeu em voz baixa:— O jantar está pronto. Venham comer um pouco, vai fazer bem.Na mesa, o clima era discreto. Augusto puxava conversa aqui e ali, tentando manter a normalidade, mas todos sabiam que havia algo estranho rondando aquela noite. Alessandro, apesar da tensão, manteve-se educado, agradeceu pela comida e fez questão de valorizar o esforço de Sofia.— A refeição está deliciosa, como sempre — disse, arrancando um sorriso discreto da sogra.Quando terminaram, Alessandro acompanhou Cristina até o quarto. Ela parecia mais serena, mas ainda se agarrava à mão dele como se tivesse medo de soltá-lo.— Eu só q

Alguns dias se passaram e Cristina estava mais tranquila. Ela não teve mais problemas e seguiu sua rotina com fé, como sempre gostou. Era uma manhã ensolarada; ela estava radiante com seus projetos e suas obras sendo finalizadas.Cristina passou a manhã inteira visitando obras que precisavam de ajustes antes da entrega. Mantinha o sorriso no rosto, mas por dentro ainda se recuperava do susto dos últimos dias. Queria acreditar que tudo estava voltando ao normal.No escritório, Mariana, sua secretária, cuidava da agenda e documentos. Perto das 13h, ligou para Cristina:— Você vai demorar? Estou morrendo de fome. Vamos almoçar juntas?Cristina riu com carinho e respondeu:— Já estou a caminho, Mari. Me espera que vou te salvar da fome.Desligou, mas logo uma sensação estranha a invadiu. Pelo retrovisor, notou um carro preto que mantinha a mesma velocidade que o dela. Primeiro achou que fosse coincidência, mas quando dobrou duas esquinas sem necessidade e o carro continuou atrás, o coraçã

No centro de comando, Alessandro se movia com precisão. Cada movimento, cada decisão, era calculado. A equipe Alfa e Zeus estava posicionada estrategicamente, rastreando ruas, câmeras e todos os pontos possíveis por onde o carro preto poderia reaparecer.— Todas as câmeras da cidade estão sendo monitoradas. Nenhum detalhe passa despercebido. — disse Alessandro, passando um olhar rigoroso sobre os agentes.Fábio se aproximou com um tablet, mostrando imagens parciais.— Temos alguns registros de veículos suspeitos entrando e saindo de áreas próximas ao trajeto que o carro preto fez. Ainda não conseguimos identificar o motorista, mas há padrões.Alessandro franziu a testa, estudando cada movimento.— Anotem cada detalhe. Chega de erros. Quero nomes, rostos, tudo. Essa pessoa não vai escapar duas vezes.Enquanto isso, Dante coordenava o rastreamento dos aliados de Lara, tentando identificar qualquer ligação entre eles e os veículos suspeitos. Alessandro ouvia atentamente, intercalando ord

Lara estava em seu apartamento, sentada à mesa com o laptop aberto, revisando seus planos com precisão. Cada detalhe de seus esquemas parecia estar sob controle. Ela respirava fundo, confiante, quando ouviu o toque seco na porta. — Quem é? — indagou, sem se levantar. — Oficial de Recursos Humanos e Segurança do Comando. — respondeu a voz firme do outro lado. Lara franziu o cenho, levantou-se devagar e abriu a porta. O oficial entregou um envelope com o selo oficial do centro de comando. — Lara… você está oficialmente expulsa da equipe por má conduta. Todos os acessos, informações e operações sob sua responsabilidade foram imediatamente bloqueados. Você não terá mais contato com membros da equipe ou instalações do comando. O sangue de Lara ferveu. Seus olhos se estreitaram e a respiração acelerou. — Isso… é um absurdo! — gritou, a voz carregada de raiva. — Vocês não têm direito! Eu sempre fui uma das melhores! O oficial manteve a postura rígida, entregando os papéis e recuando a