CRISTINA SANTIAGOO café da manhã parecia ter gosto de papelão.Ou talvez fosse só meu humor azedo refletindo no pão torrado.Desde que acordei, sabia que o dia no escritório seria horrível. Eu não fazia a menor ideia de como encarar Ethan depois da minha “brilhante” frase existencial no meio da cama.Revirei os olhos sozinha, dentro do elevador da empresa, enquanto subia os andares. O espelho me mostrava uma mulher arrumada, cabelo preso num rabo de cavalo quase profissional, mas por dentro eu me sentia uma bagunça.As portas se abriram com um “pling”, e pronto, era hora de enfrentar meus problemas de frente, ou ignorá-los de frente, não sei, talvez ele nem fale nada, nem se importe.Respirei fundo e caminhei pelo corredor até a sala dele. Funcionários passavam, alguns me cumprimentavam, outros fingiam que não me viam. Típico. Quando cheguei, ele já estava lá dentro. Bati na porta, fingindo normalidade.— Entre. — a voz dele veio abafada através da porta.Abri e entrei. Ele não leva
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