ETHAN PETTERSONO meu primeiro instinto, o instinto primitivo que governava a parte mais escura do meu cérebro, era trancar a porta, dizer "não", pegar o telefone, ligar para Rosália e dizer que se ela aparecesse na minha porta, eu mandaria rebocar o carro dela.Mas ao invés disso, meus dedos apertaram a almofada de veludo onde eu estava recostado, até os nós dos meus dedos ficarem brancos. Agora eu era o marido compreensivo. O "Novo Ethan". E o Novo Ethan não trancava a esposa em casa.Respirei fundo, forçando o ar a entrar em pulmões que pareciam ter se transformado em pedra.— Por que, Cristina? — perguntei. — Por que a casa da Rosália? Aconteceu alguma coisa aqui? Foi algo que eu fiz?Ela desviou o olhar, focando na chama tremeluzente de uma das velas eletrônicas.— Não, Ethan. Não é sobre você. É sobre mim. Eu só... eu sinto falta dela. Sinto falta de conversar sobre coisas de menina, quero deixar de ser a "paciente em recuperação" por alguns dias. Eu só quero ser a Cris.— Você
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