FelipeO subsolo parece estreitar. Ou talvez seja meu peito. Talvez seja o ar que ficou mais pesado — não pela fumaça, mas pela possibilidade absurda, devastadora e inadmissível que acabou de ser dita. Helena faz parte da família de Adrian? Não. Isso não pode ser verdade. Com certeza é mais uma armadilha desse verme para nos destabilizar. Mas, dessa vez, esse desgraçado não vai conseguir. Nem que eu precise dar um fim nesse monstro, mas ele não vai machucar a mulher que eu amo. Não vai!Helena está diante de mim, sem cor no rosto. As mãos tremem. Os olhos… Deus, os olhos dela parecem perder o chão que sempre existiu debaixo dos pés. E eu? Eu afundo. Porque eu sei o que isso significa. Não é só que Adrian quer ela. É que ele quer reivindicá-la. Controlá-la. Possuí-la — não por desejo, mas por herança, por legado, por vingança. A pior combinação possível.Eu seguro o rosto de Helena com as duas mãos, forçando-a a me olhar.— Ei. — sussurro, mesmo que minha própria voz esteja quebrada. —
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