Arthur entrou na sala em passos firmes, mas desacelerou ao ver Lívia sentada no sofá, a postura impecavelmente ereta, as mãos unidas no colo e um olhar que não deixava dúvidas: ela tinha ouvido.— Eles já foram — disse ele, num tom neutro, como se isso pudesse encerrar qualquer assunto.Lívia manteve o silêncio por alguns segundos, os olhos fixos nele.— Arthur… o que exatamente está acontecendo? — Sua voz soou calma, mas carregada de um peso que ele não poderia ignorar. — Por que sua mãe falou de um jantar “indispensável” com a Beatriz? E que responsabilidades eram aquelas? Casamento?Ele inspirou fundo, desviando o olhar por um momento, como quem pondera se vale a pena abrir feridas antigas. Aproximou-se devagar, parando de pé diante dela.— Não é algo de que eu me orgulhe — começou, a voz baixa. — Desde que éramos crianças, nossas famílias… decidiram que, um dia, eu e a Beatriz nos casaríamos. Era um acordo entre eles. Negócios, status, influência… sabe como é esse mundo.Lívia sen
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