NARRAÇÃO DE SARAEra a primeira vez que Brady levava Julie à creche. Ela caminhava entre nós, segura de si, com aquele sorriso bobo que sempre me derretia. Mas, ao chegarmos ao portão, alguns coleguinhas se aproximaram, curiosos, disparando uma pergunta que eu não esperava ouvir:— Ele é seu pai?Julie me lançou um olhar rápido, depois mirou Brady e, sem hesitar, respondeu:— Sim!Meu coração parou por um segundo. Era mentira… e, ainda assim, soou tão doce que não consegui repreendê-la naquele momento. Olhei para Brady e percebi que, por trás do breve espanto, havia algo mais — um orgulho silencioso, um brilho contido que me atingiu fundo. Mas eu não poderia permitir. Eu falaria com ela mais tarde, em particular.Nos despedimos dela e voltamos ao carro. O silêncio parecia mais pesado que o frio lá fora. Apertei as mãos no colo, escolhendo as palavras.— Desculpe por ela ter mentido — disse, olhando pela janela. — Vou conversar com ela depois.— Deixe-a à vontade — ele respondeu, seren
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